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Ao contrário do que disse Pazuello, falta de oxigênio persiste no Amazonas

Ministro disse na segunda-feira que problema estava ‘equacionado’, mas postos têm sobrecarga de demanda e pacientes continuam sendo levados a outros estados

Por Eduardo Gonçalves, em Manaus
Atualizado em 19 jan 2021, 15h59 - Publicado em 19 jan 2021, 15h27

O problema de abastecimento de oxigênio no sistema de saúde do Amazonas ainda não está normalizado. O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, chegou a anunciar em entrevista na segunda-feira, dia 18, que a crise estava “equalizada”. Mas médicos e enfermeiros ouvidos pela reportagem de VEJA declararam que ainda há falta de abastecimento nos hospitais, que continuam sobrecarregados com o atendimento de pacientes com Covid-19.

Os hospitais que inspiram maior atenção são os do interior do Amazonas, como Itacoatiara, Coari e Tefé. A prefeitura de Coari, que fica a cerca de 450 km de Manaus, disse, por meio de nota, que sete pacientes internados no Hospital Regional da cidade morreram nesta terça-feira, 19, por falta de oxigênio. A administração municipal criticou a Secretaria Estadual de Saúde pela demora na entrega de 40 cilindros, que chegaram mais de uma hora depois de o estoque da unidade ter-se esgotado.

Na capital, o hospital Delphina Aziz, que fica na Zona Norte de Manaus e é o maior da região, também enfrenta problemas de fornecimento. Outra prova que o quadro ainda é preocupante é que o governo estadual continua fazendo transferência de pacientes. Nesta segunda-feira, dezoito foram encaminhados ao estado de Goiás. Outros cinco devem ser transferidos para o Pará nesta terça-feira.

O governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), fez um alerta para a chegada de fevereiro, mês em que o Amazonas costuma ter o pico de infecção por doenças respiratórias por causa do “inverno amazônico” (o período mais chuvoso). Ele também explicou que a maioria dos hospitais no interior não possui tanques de armazenamento de oxigênio, dependendo exclusivamente de cilindros que são difíceis de serem transportados. “Há lugares em que só chega de barco em seis dias”, disse.

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O governo federal anunciou que, em articulação com a iniciativa privada, Forças Armadas e entes públicos, conseguiu diminuir a demanda diária de Manaus por oxigênio em 63,83% e projetou que o suprimento seja saneado entre “quarta e quinta-feira”.

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