Ex-vereador do Rio, suspeito pela morte de Marielle, é preso em São Paulo
Cristiano Girão Matias foi apontado como mandante de um duplo homicídio na Zona Oeste do Rio em 2014; Ronnie Lessa foi acusado de ser o executor

O ex-vereador Cristiano Girão Matias foi preso em São Paulo na manhã desta sexta-feira, 30, em uma operação desencadeada pela Delegacia de Homicídios da Polícia Civil do Rio de Janeiro com apoio de agentes do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) de São Paulo. Ele foi detido por ter sido, supostamente, o mandante da morte de um casal na Gardênia Azul (Zona Oeste do Rio) em 2014. Quem teria executado, segundo denúncia do Ministério Público, seria Ronnie Lessa, já preso e réu pelo atentado contra a vereadora Marielle Franco (PSOL) e seu motorista, Anderson Gomes, em 14 de março de 2018.
O indiciamento de Girão foi feito pelo delegado Moysés Santana antes de deixar o cargo na DH do Rio. Desde que o MP do Rio apresentou a denúncia, Girão voltou a ser o principal suspeito de ordenar duplo assassinato da política de esquerda e do seu condutor. As promotoras que apresentaram a denúncia veem um modo de operação similar nos dois crimes – ambos executados com carros em movimento. O envolvimento entre Lessa e Girão na morte do casal em 2014 foi apontado por testemunhas, por buscas de Lessa feitas no Google, e documentado em um relatório, como VEJA mostra na edição desta sexta-feira.
Em 19 de fevereiro de 2018, Lessa procurou no Google por “casal morto na Gardênia Azul”, e acessou como resultado as mortes do PM André Henrique da Silva Souza, o Zóio, e Juliana Sales de Oliveira, ocorridas em 2014. O advogado de Girão, Zoser Hardman, se manifestou em nota: “Causa estranheza uma prisão ser decretada por fato ocorrido há sete anos, mas preciso ter acesso aos autos para me manifestar sobre o mérito da acusação”. Ele afirmou que vai ingressar com um habeas corpus pedindo a soltura do cliente.

Segundo a denúncia, naquela data, o carro em que o casal estava foi emboscado na rua Acapori, dentro da Gardênia Azul, por um Fiat Doblô branco, do qual foram feitos cerca de 40 disparos. À época a Gardênia Azul estava sob disputa, e Zoio queria tomar o controle da região – o que teria desagradado Girão, que estava preso em regime fechado na Penitenciária Federal de Porto Velho, em Rondônia. Em entrevista cedida a VEJA, o ex-político negou as acusações. “Estava preso e isolado, sem contato com o mundo exterior”, argumentou. O MP ofereceu a denúncia ao Tribunal de Justiça do Rio em 19 de julho. Ela foi aceita pelo juiz Alexandre Abrahão, da 3ª Vara Criminal da Capital.
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