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Ex-executivos negam propina e contas secretas da Odebrecht na Suíça

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 30 out 2015, 21h00

Os ex-executivos do grupo Odebrecht Márcio Faria e Rogério Araújo, presos na Operação Lava Jato, negaram nesta sexta-feira ter negociado ou pagado propina em nome da empreiteira. Em depoimento ao juiz Sergio Moro, os dois rejeitaram também outras acusações feitas pelo Ministério Público, como a existência de um cartel de construtoras montado para fraudar obras da Petrobras ou mesmo a abertura de contas secretas na Suíça para que a empresa pudesse pagar dinheiro sujo a agentes públicos.

Segundo os lobistas Julio Camargo e Augusto Mendonça, que integraram os quadros da empresa Setal e fecharam acordos de delação premiada com o Ministério Público, cabia a Márcio Faria negociar em nome da Odebrecht como seriam fraudados os contratos na Petrobras e distribuída a propina para autoridades e ex-diretores da estatal como Paulo Roberto Costa e Renato Duque. No caso de Rogério Araújo, o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco disse ter recebido cerca de 1 milhão de dólares em propina da Odebrecht por meio de contas no Panamá. Segundo Barusco, isso ocorreu depis de o ex-diretor da empreiteira ter operado o pagamento.

Ao longo das investigações, a força-tarefa da Lava Jato encontrou 135 telefonemas entre Rogério Araújo e Bernardo Freiburghaus, apontado pelo Ministério Público como responsável por pagar propinas em nome da construtora.

Leia também: Procuradoria liga telefonemas a propina da Odebrecht

Em interrogatório nesta sexta, Araújo disse não conhecer o Clube do Bilhão, cartel de empreiteiras que, coforme denúncia do Ministério Público Federal, combinava fraudes em obras da Petrobras e o pagamento de propina a autoridades. O ex-executivo da Odebrecht classificou como “absurdo” o fato de ser apontado por delatores como o negociador de propina em nome da empresa. Ele disse não conhecer o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, mas informou que negou “com delicadeza” pedido do ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa para doações a políticos. “Nossa área não tem nada com ações políticas, nossa área é técnica”, disse.

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Em acordo de delação premiada, Costa afirmou que Araújo foi quem sugeriu a ele que “abrisse conta no exterior” para receber propinas de 23 milhões de dólares. Ao juiz Sergio Moro, porém, o ex-executivo resumiu: “Quem sou eu? O homem [Paulo Roberto Costa] dizia que falava com o presidente da República e eu ia persuadir ele a fazer essas coisas?”

Também em depoimento nesta sexta, o ex-executivo da Odebrecht Márcio Faria apresentou uma nova versão sobre o que o Ministério Público diz ser o clube de empreiteiras. Ele disse que existiu, por volta dos anos 2000, um “G7” formado para as obras de modernização da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), em Canoas (RS). “Foi aprovado pela Petrobras, nós nos reunimos. Aquela época era uma época de muito pouco trabalho e foram juntadas seis empresas brasileiras, mais a Toyo ou a Mitsui, que é o mesmo grupo, para trabalhar em conjunto com a Petrobras para fazer aquela obra. Foi dado o nome de Clube das 7, G7. Não chegamos a lugar nenhum porque esse projeto deveria ter financiamento e a Toyo acabou levando a obra sozinha. Esse é o famoso clube”, afirmou.

A exemplo de Rogério Araújo, de quem foi chefe, Márcio Faria também negou ter conhecimento de contas da empreiteira na Suíça. Ele classificou seus encontros com Paulo Roberto Costa como “institucionais” e declarou que reuniu com o doleiro Alberto Youssef apenas para discutir negócios e por sugestão do também ex-executivo da Odebrecht Alexandrino Alencar, amigo do ex-presidente Lula.

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