Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Ex-executivo diz que OAS também tinha ‘setor de propinas’

Segundo Agenor Medeiros disse ao juiz federal Sergio Moro, área era conhecida como 'controladoria' dentro da empreiteira

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 Maio 2017, 22h46 - Publicado em 4 Maio 2017, 22h36

Em seu depoimento ao juiz federal Sergio Moro nesta quinta-feira, o ex-executivo da OAS Agenor Franklin Medeiros revelou ao magistrado que a empreiteira baiana, tal qual a conterrânea Odebrecht, mantinha um setor especializado na operação de propinas pagas agentes públicos e campanhas políticas. Responsável pela área de petróleo da empresa, Medeiros falou a Moro na condição de réu na ação penal que tem entre os acusados o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“Existe uma área na empresa, que era justamente a área que trabalha nessa parte de vantagens indevidas, uma área chamada controladoria, onde doações a partidos, até de forma oficial, saíam do presidente, iam para o diretor financeiro e para o diretor dessa área. Nessa época da RNEST [refinaria Abreu e Lima], com PT e PSB, o gerente dessa área era Mateus Coutinho. Ele se reportava ao diretor financeiro, Sérgio Pinheiro, que se reportava ao presidente da empresa”, explicou o ex-executivo.

Segundo Medeiros havia, além de Coutinho, pelo menos mais três executivos cujas funções eram fazer com que propinas chegassem a seus destinatários. Ele relatou que coube à empreiteira, como parte dos consórcios que construíram as refinarias Abreu e Lima, em Pernambuco, e Getúlio Vargas, no Paraná, o pagamento de propinas de 2% dos contratos a partidos políticos.

A Odebrecht, líder do consórcio, ficou responsável por encaminhar dinheiro sujo às diretorias de Abastecimento e Serviços da Petrobras, então comandadas por Paulo Roberto Costa e Renato Duque.

Continua após a publicidade

No caso da refinaria pernambucana, conforme Medeiros disse a Moro, o pagamento total de propinas foi de 72 milhões de reais. De acordo com o ex-diretor, os 36 milhões a serem pagos pela OAS foram divididos entre três partidos, o PP, o PSB e o PT.

“Dos 36 milhões que ficaram a nosso cargo, 13,5 milhões foi determinado pelo líder do consórcio, depois de uma conversa com [o ex-deputado] Janene, que seriam para o PP; 6,5 milhões seriam para o PSB, na campanha de Eduardo Campos em 2010 ao governo de Pernambuco”, relatou.

Continua após a publicidade

Segundo Agenor Medeiros, o dinheiro à campanha do ex-governador pernambucano, morto em 2014, foi pago por meio de fornecedores, como gráficas. Ele afirmou a Sergio Moro que a orientação foi dada por Léo Pinheiro, então presidente da OAS, após conversa com o senador Fernando Bezerra (PSB-PE).

O PT, afirmou Medeiros, foi beneficiado com os 16 milhões de reais restantes das propinas de Abreu e Lima, definidas em tratativas entre Pinheiro e o ex-tesoureiro da legenda João Vaccari Neto. “O PT era completamente diferenciado, justamente por ser um partido que tinha maiores valores envolvidos”, disse o ex-diretor, que informou a existência de um “caixa geral” do partido na empresa, gerido por Léo Pinheiro.

A respeito do tríplex no Guarujá (SP) supostamente reformado e reservado pela OAS ao ex-presidente Lula, cujo valor de 3,7 milhões de reais o Ministério Público Federal diz ter sido abatido da conta da propina do PT junto à empreiteira, Agenor Franklin Medeiros disse não ter informações.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.