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Estudantes brasileiros ganham dois prêmios em competição da Nasa

Alunos de 16 a 18 anos de São Gonçalo e Niterói foram os primeiros do Brasil a participar da disputa para a construção de veículos de exploração espacial

Por Roberta Vassallo
Atualizado em 18 abr 2017, 19h15 - Publicado em 18 abr 2017, 19h01

Uma equipe de seis estudantes dos colégios particulares Santa Terezinha e Odete São Paio (São Gonçalo) e Pedro II (Niterói), no Rio de Janeiro, com idades entre 16 e 18 anos, levou dois prêmios em uma competição da Nasa, a agência espacial norte-americana, para a construção de um veículo para ambientes extraterrestres. Os Spacetroopers, como se nomearam, foram o primeiro time brasileiro a participar da Nasa Human Exploration Rover Challenge, que teve sua 8ª edição no final de março.

Os estudantes Nathália Pires, 18 anos, Rafaela Bastos, 17, Larissa Perrone, 18, Alexandre Rodrigues, 18, Fellipe Franco, 17, e Yago Dutra, 16, amantes da ciência, já tinham experiência em competições de conhecimentos. A equipe começou a ser formada por Rafaela, Felipe e Nathália, que pretendiam participar de uma competição de matemática em Harvard, mas perderam o prazo da inscrição. Rafaela encontrou o desafio da Nasa algum tempo depois e propôs a formação do time.

Para chegar até lá, porém, enfrentaram muito mais desafios do que apenas a construção do carrinho. Já na inscrição surgiu o primeiro: o Brasil não estava entre os países possíveis na lista. Enviaram, então, um e-mail com a intenção de participação e o pedido de inclusão, que foi aceito. Alguns dias depois, o Brasil já figurava entre as opções no formulário.

Para de fato participarem, porém, precisavam também do dinheiro para a construção e transporte do carrinho ao Alabama, nos Estados Unidos, sede do US Space and Flight Center, onde foi disputada a competição, além de recursos para a viagem dos seis. Fizeram então uma vaquinha online e procuraram meios de divulgar. Funcionou e foram convidados até para o programa Caldeirão do Huck, apresentado por Luciano Huck, da TV Globo, onde ganharam parte do que precisavam.

A escassez de dinheiro foi o que garantiu o diferencial do carrinho: o seu custo baixo. “A gente não tinha recursos, principalmente no início, mas não podíamos esperar ter para começar a construir. Dá para perceber bem a discrepância entre os recursos deles e os nossos, tinha carrinho lá de 18 mil dólares. Toda a nossa viagem deve ter custado isso”, afirma Larissa. O carro foi construído em dois meses, intervalo entre a inscrição e o prazo para levar até o local da competição, e teve um custo de mil dólares.

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Estudantes brasileiros participam de competição da Nasa, no Alabama, onde levaram dois prêmios (//Divulgação)

Um dos prêmios que ganharam foi de melhor Pit Crew, um prêmio que analisa a dedicação, o empenho, a criatividade, a resistência, a falta de recursos e as ideias geniais na montagem do carrinho. A categoria avalia a desenvoltura da equipe durante a competição para manter funcionando o rover (veículo de exploração espacial, para superfícies terrestres).

O grupo enfrentou algumas adversidades durante os dois dias de competição, mas, para conseguir participar de todas as corridas, agiu rapidamente com os materiais disponibilizados no local – e até emprestados por outras equipes – para consertar o veículo. “No treino, o carrinho caiu e não percebemos que entortou uma peça. Quando fomos correr, estava empenado e soltando a corrente toda hora. Aí saímos correndo para consertar, a gente soldou tudo, trocamos corrente e ficou tão bom que no segundo dia correu tão rápido que o freio não funcionou”, diz Larissa.

Os estudantes ficaram impressionados com o trabalho e a colaboração entre as equipes durante o evento. As equipes se conversavam, emprestavam materiais e até discutiam a produção dos rovers. “Foram dois dias de muita correria e estresse, mas também de muito aprendizado e trabalho em equipe, não só dentro da nossa equipe, mas com todo mundo lá, o pessoal era sempre muito aberto e isso ajudou muito”, afirma Nathália.

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O outro prêmio que ganharam, de melhor equipe internacional, rendeu uma peça valiosa, que pretendem utilizar na construção de um carro para o ano que vem. A peça foi presente de outra equipe, que fez um acordo de que entregaria o material se os Spacetroopers ganhassem o prêmio. Com ela, o grupo conseguirá fazer um carro com tração nas quatro rodas e que pode andar também para trás, o que não era possível no carrinho deste ano.

Intenção futura

No próximo ano, eles pretendem participar da competição e já estão pensando no projeto do carro que irão construir, porém competirão em duas equipes. Yago é o único que ainda estará no ensino médio, então precisará de uma equipe com outros estudantes da faixa para competir na categoria. Os outros cinco recrutarão uma pessoa para completar. Segundo Felipe, farão uma seleção para decidir quem serão os novos membros.

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