Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Esteiras para carvão e minério impulsionam crescimento do Porto de Pecém

Sistema de transporte possibilitou instalação de siderúrgica com capital coreano no Ceará

Por Gabriel Castro, de São Gonçalo do Amarante (CE)
24 Maio 2014, 16h38

As terras do Ceará não são propícias à agricultura de larga escala: os longos períodos de seca impedem o florescimento do agronegócio. Há décadas que os governantes se convenceram da necessidade de promover a industrialização do Estado. Ainda faltava um lugar para escoar a produção e, simultaneamente, adquirir matéria-prima do exterior.

Em 1996, o governo estadual deu início à construção do Porto do Pecém (CE). A obra ficou pronta seis anos depois. E se só se tornou superavitária depois de outros cinco. Agora, entretanto, são visíveis os sinais de que a transformação é definitiva.

O terminal do Pecém cresce 40% ao ano porque gestões de diferentes partidos souberam trabalhar em conjunto com a iniciativa privada. Para atrair uma termelétrica (necessária em um Estado sem grandes rios), por exemplo, o governo providenciou a construção de uma esteira de transporte de carvão do porto do Pecém até a usina, que começou a funcionar em 2012. Dos doze quilômetros da construção, metade foram erguidos pelo Estado; a outra metade, pelos controladores da usina.

A esteira tubular, pioneira no Brasil, evita desperdícios e agiliza o transporte de grandes quantidades de carvão. O sistema também será utilizada pela CSP, a siderúrgica que tem 50% de capital coreano (os outros 50% são da Vale) e começou a ser construída no distrito do Pecém.

Continua após a publicidade

O governo, aliás, já escolheu a empresa responsável por construir uma segunda esteira, que será utilizada no transporte de minérios. A obra, parte do acordo que possibilitou a chegada da CSP e de seus 5,1 bilhões de dólares em investimentos, precisa estar pronta até o fim de 2015. “Sem a esteira não teríamos como receber a siderúrgica”, diz João Alcântara Neto, coordenador de operações portuárias do Pecém.

Em 2013, o terminal cearense movimentou 6,3 milhões de toneladas de cargas – 77% disso eram importações. Em 2016, quando a CSP estiver em funcionamento, esse total vai ultrapassar os 19 milhões de toneladas. E, pela primeira vez, a balança comercial do Ceará deve se equilibrar.

Além de ser bem localizado (mais perto da Europa e dos Estados Unidos do que os maiores portos brasileiros), o porto cearense custa mais barato. Uma das razões é crença na lógica do mercado: não há funcionários públicos trabalhando nos pátios do Pecém; o transporte e o manejo das cargas são feitos por empresas terceirizadas. Quatro prestadoras de serviço atuam no terminal, e os exportadores podem escolher quem contratar. O governo não interfere, e a concorrência ajuda a baixar os custos. Melhor assim.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.