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‘Era uma casa linda, mas acabou’

O taxista Romeu Simões de Brito decidiu aceitar uma corrida de última hora: 'Foi o tempo de acontecer a tragédia'. Do local onde vivia não sobrou nada

Por Guilherme Venaglia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 1 fev 2019, 17h30 - Publicado em 1 fev 2019, 17h02

Mesmo depois de dias do rompimento da barragem, o taxista Romeu Simões de Brito, de 69 anos, não se cansava de vasculhar os destroços da tragédia, caminhando por uma trilha forrada de telhas. No entorno, despontavam da lama vigas, tábuas, um canto de sofá, uma cama de casal retorcida. Mas da casa do pequeno sítio que ele construiu com a mulher, Maria das Dores, na zona rural de Brumadinho, não sobrou nada: nem um documento, um objeto pessoal, ou qualquer indício do lugar onde os dois gostavam de descansar quando deixavam o centro do município.

Eles estavam prontos para ir até lá na hora do almoço de sexta-feira 25, mas Brito mudou de plano ao decidir aceitar uma corrida de última hora, de um passageiro que precisava ir a um hospital no município vizinho de Betim. “Foi o tempo de acontecer a tragédia. Nós poderíamos estar aqui na hora”, relembra, apontando para a região onde, provavelmente, ficava a casa mais próxima à sua.

“Meu vizinho e grande amigo, que morava aqui, está desaparecido.” Os animais domésticos atolados na terra também despertavam a preocupação do taxista, aliviado apenas quando viu voluntários de uma ONG de defesa dos bichos empenhada no resgate.

Em meio a tanta desolação, ele já pensa em entrar na Justiça para cobrar da Vale o que perdeu. “Não consigo pensar em construir nada mais agora. Era uma casa linda, com muitas plantas, mas acabou”, lamenta. “A gente vai aceitando o que aconteceu, cada dia um pouco mais, mas dessa casa eu tenho tudo documentado. E vou atrás disso.”

Publicado em VEJA de 6 de fevereiro de 2019, edição nº 2620

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