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“Era como estar dentro de um forno de pizza”’, diz bombeiro

Capitão dos Bombeiros Marcos Palumbo foi um dos 24 bombeiros feridos no combate ao fogo que atingiu o Memorial da América Latina, em São Paulo

Por Eduardo Gonçalves Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 4 dez 2013, 09h01

Após se recuperar dos ferimentos causados pelo incêndio que atingiu o Memorial da América Latina, na última sexta-feira, o capitão do Corpo de Bombeiros Marcos Palumbo voltou à ativa para ajudar nas buscas pelo operário Edenilson de Jesus Santos, desaparecido desde o desmoronamento de um prédio de cinco andares, em Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo. A busca pelo operário já dura mais de 37 horas. Palumbo foi um dos 24 bombeiros que ficaram feridos no combate às chamas que destruiu o auditório Simon Bolívar – três bombeiros seguem internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital das Clínicas.

Capitão Palumbo faz inalação após incêndio do Memorial da América Latina
Capitão Palumbo faz inalação após incêndio do Memorial da América Latina (VEJA)

Responsável pela área de comunicação da corporação, Palumbo também integra a equipe operacional. Na última sexta, foi um dos doze homens que entraram no prédio para resgatar os brigadistas do Memorial que enfrentavam a fumaça espessa e as chamas que consumiram o auditório. “Era como se estivéssemos dentro de um forno de pizza”, relatou o capitão ao site de VEJA. Depois de retirá-los do local, o grupo em que estava o oficial seguiu para a Plateia B, local identificado como o foco primário do incêndio. Ao entrar no salão, porém, Palumbo e os outros bombeiros foram surpreendidos pelas labaredas de fogo. “Havia diversos gases combustíveis em suspensão quando tudo queimou e desceu de uma vez só contra a gente. Ficamos encurralados e não conseguimos achar uma saída.”

Em um momento de desespero, Palumbo diz que correu para a lateral do auditório e quebrou uma vidraça com um chute para abrir passagem. Escapou com escoriações por causa do vidro quebrado e com o rosto coberto de fuligem. “Parecia que tinha comido carvão e fumado o incêndio”, afirma. Depois, a equipe de bombeiros notou que dois homens haviam desmaiado no auditório. Retornaram para o resgate: “Foi nessa hora que a maioria dos bombeiros se intoxicou com a fumaça”, disse. Os dois bombeiros continuam respirando com a ajuda de aparelhos no HC, mas não correm risco de morte.

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Nesta terça-feira, enquanto percorria os escombros em Guarulhos — e trabalhava como porta-voz dos Bombeiros com a imprensa –, o uniforme de Palumbo ainda exalava um forte cheiro de fumaça e o seu capacete estava sujo de cinzas. Ele afirma que antes de se juntar à equipe de buscas teve de fazer uma inalação no carro da corporação. “Quando tomo banho, ainda sinto o cheiro do incêndio.”

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Palumbo afirmou que os hidrantes e os sprinklers — chuveirinhos que são acionados com a elevação abrupta da temperatura — não estavam funcionando na hora do incêndio no Memorial. Os bombeiros usaram caminhões-pipa para conter o fogo numa operação que durou cerca de quinze horas.

O capitão também disse acreditar que o incêndio foi provocado por uma sobrecarga de energia na lâmpada de emergência da Plateia B do auditório. As chamas, avalia, teriam se alastrado rapidamente pelo forro e carpete. A Polícia Civil abriu inquérito para apurar as causas de incêndio e deve convocar nesta semana funcionários do Memorial e bombeiros para prestar depoimentos.

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