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Eloá propôs reatar namoro com Lindemberg, diz testemunha

Lindemberg teria recusado proposta alegando que a vítima não o amava mais

Por Carolina Freitas, de Santo andré
13 fev 2012, 18h45

“Eloá gritava muito para ele soltar a gente, mas ele não respondia. Ele ameaçava atirar na gente para ela botar fé nele”, disse Victor Lopes de Campos, de 18 anos.

Desesperada para livrar os amigos da mira do revólver de Lindemberg Fernandes, a adolescente Eloá Pimentel, de 15 anos, propôs ao ex-namorado reatar o namoro. O sequestrador, no entanto, se negou a retomar o relacionamento e culpou Eloá pelo cárcere privado dela e de três amigos. O relato foi feito por Victor Lopes de Campos, de 18 anos, segunda testemunha de acusação a ser ouvida no plenário do Tribunal do Júri de Santo André, que julga desde a manhã desta segunda-feira o réu Lindemberg Fernandes pela morte de Eloá, em 16 de outubro de 2008.

Entenda o julgamento

  1. • Lindemberg Fernandes é acusado de doze crimes, entre eles o assassinato da ex-namorada Eloá Pimentel, de apenas 15 anos. O julgamento deve durar três dias.
  2. • Etapas:

    – Os sete integrantes que integrarão o júri popular são sorteados entre 25 moradores de Santo André.

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  3. – Em seguida, são ouvidas as cinco testemunhas de acusação. Depois, as quatorze de defesa. Todas podem ser questionadas tanto pela defesa quanto pela acusação.
  4. – Interrogatório do réu. É a última etapa antes da abertura dos debates, com duas horas de exposição para cada lado. Há ainda a possibilidade de réplica e tréplica.
  5. – Os jurados se reúnem na sala secreta para discutir o caso e votar a sentença.
  6. – A juíza Milena Dias, que preside o caso, lê a sentença. Se condenado por todos os crimes, Lindemberg pode pegar de cinquenta a 100 anos de prisão. Pelas leis brasileiras, no entanto, o tempo máximo que alguém pode ficar preso é até trinta anos.

Victor depôs por 32 minutos, logo depois de Nayara Rodrigues. Nos dois casos, as testemunhas pediram que Lindemberg fosse retirado do plenário. Às 18 horas, iniciou-se a oitiva com Iago de Oliveira, que autorizou a presença do réu na sala e falou por 45 minutos. Os três adolescentes foram mantidos reféns no apartamento em que morava Eloá, em Santo André, no ABC Paulista. Na sequencia, o júri ouve o policial Atos Valeriano, em quem o jovem atirou da janela do imóvel.

Victor e Iago receberam coronhadas na cabeça quando Lindemberg invadiu o apartamento e relataram ao júri que estiveram o tempo todo sob a mira de revólver. Eles disseram que o jovem estava violento e nervoso. Ambos afirmaram ter presenciado o réu agredindo Eloá repetidas vezes com tapas e chutes.

Eloá, contou Victor, estava desesperada e pediu desculpas aos amigos o tempo todo por tê-los colocado naquela situação. “Eloá gritava muito para ele soltar a gente, mas ele não respondia. Ele ameaçava atirar na gente para ela botar fé nele”, disse Victor.

De acordo com o jovem, dentro do apartamento, Eloá e Lindemberg tiveram mais de uma vez o seguinte diálogo. “Você me deixou, você não vai ficar com mais ninguém. Você vai me obrigar a fazer uma besteira. Olha o que você está me obrigando a fazer”, dizia o réu, que desferia tapas no rosto de Eloá. Ela respondia: “Eu volto com você.” E ele devolvia: “Não. Se for para voltar assim eu não quero. Você não tem mais amor por mim.”

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Victor endossou a fala de Nayara, de que não havia possibilidade de eles terem fugido do apartamento. Durante o depoimento da jovem, houve bate-boca entre os assistentes da promotoria e a advogada de defesa, Ana Lúcia Assad, por causa da insistência da defesa em tentar induzir as testemunhas a falarem sobre alguma brecha aberta por Lindemberg durante o sequestro.

O jovem contou que foi libertado após quase desmaiar de fraqueza e por causa de apelos dos amigos. Segundo Victor, Lindemberg usou Nayara como escudo para ir até a entrada do apartamento, abriu a porta e disse para ele: “Vai embora. Se você tentar alguma gracinha eu atiro nas suas costas.”

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Iago relatou que o réu justificou a eles porque não poderia libertá-los: “Como eu vou ficar com os caras lá fora?”, disse na ocasião. “Entrei aqui armado para fazer uma coisa e saio sem fazer nada?” Quando a polícia chegou ao local, Lindemberg ameaçou o grupo de amigos. “Agora que o terror vai começar.”

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Iago disse ainda ter visto o réu se vangloriar depois de atirar da janela, momento em que quase atingiu o policial Atos Valeriano. “Ele dizia que atirava muito bem e que só não acertou o policial porque não quis”, disse Iago ao júri.

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