O empresário Eike Batista acaba de se tornar o símbolo do novo empreendedor brasileiro. A oferta pública de ações (IPO, na sigla em inglês) da OGX, sua companhia petrolífera, captou 4 bilhões de dólares nesta sexta-feira, quando foi realizada. É a maior operação desse tipo já feita no país, e elevou o valor da empresa ao patamar de 22 bilhões de dólares. Desta fortuna, 60%, ou 13 bilhões, pertencem a Eike – uma montanha de dinheiro que vai se somar aos outros 9,8 bilhões de seu patrimônio.
A operação surpreende pelo valor, mas sua singularidade tem outro motivo: a empresa que tanto atraiu os investidores tem apenas um ano de existência e nenhuma reserva de petróleo provada. Em um só dia, Eike criou uma companhia petrolífera com quase 7% do valor de mercado da Petrobras, empresa com mais 50 anos de história, que produz 1.918 mil barris de petróleo por dia e que dispõe da mais refinada tecnologia de extração em águas profundas.
O sucesso de Eike Batista rendeu-lhe a reportagem de capa de VEJA desta semana. Sua conquista deriva de uma confluência de fatores objetivos extremamente favoráveis: a obtenção do grau de investimento pelo Brasil, a alta do petróleo no mercado internacional e a enorme expectativa de prosperidade proporcionada pela nova fronteira de exploração, na camada do pré-sal que se estende pela costa brasileira.
Eike virou assim a cara do capitalismo que começa a se instalar no país, no qual o empreendedorismo se sustenta no mercado de capitais e não nas benesses estatais. Um ambiente em que o Brasil se afirma como país inserido na economia mundial, confiável aos olhos de investidores estrangeiros, onde os negócios produzem riqueza para empresários e mais ainda aos investidores, que podem ser tanto os grandes fundos quanto as donas de casa brasileiras.
�Efeito Eike� – Tudo isso forma o cenário definido por um experiente analista do mercado de capitais como “alinhamento dos astros”. Graças a esse alinhamento e a uma eficiente capacidade de contratar as pessoas certas, Eike manteve o rumo nos momentos ruins e disparou nos bons. Isso não explica completamente o sucesso alcançado pela OGX. Para compreender o que se passou na Bovespa na sexta-feira, é preciso levar em conta um fator subjetivo, que vem sendo chamado de “Efeito Eike”.
O que é o “efeito Eike”? Descubra na íntegra da reportagem (exclusiva para assinantes).