Edmar Moreira culpa DEM pela sua renúncia

O deputado Edmar Moreira (DEM-MG), que renunciou no domingo à segunda-vice-presidência da Câmara, afirmou em sua carta de renúncia que tomou a decisão levado pela “ausência de respaldo” do próprio partido para o exercício do cargo. Moreira era pressionado a deixar a função por ser alvo de graves suspeitas.
Uma das acusações contra ele se refere a um castelo construído no interior de seu estado, Minas Gerais. O castelo tem 36 suítes e está à venda por 25 milhões de reais. A propriedade, porém, não consta de sua declaração de bens. Outra acusação pesa contra Moreira: a de que ele se apropriou indevidamente de contribuições à Previdência feita por seus empregados. Ele se diz inocente.
Na carta, enviada ao presidente da Câmara Michel Temer (PMDB-SP), o deputado se diz vítima de “inverídicas imputações” e afirma que seu desligamento do cargo na Mesa Diretora é irretratável. “A verdade foi esquecida. Questões como o fato de que a propriedade objeto de tanta celeuma foi construída de 1982 até 1990, antes do meu primeiro mandato eletivo, tornou-se irrelevante”, argumenta Moreira no documento.
O deputado também criticou a postura de seu partido, o DEM, em relação ao caso. Para ele, a legenda não soube respeitar a prerrogativa regimental de sua candidatura avulsa. “Não soube exercer a ampla defesa e muito menos o contraditório antes de se pronunciar publicamente por fatos totalmente infundados, exercendo verdadeira ‘perseguição pessoal’ através de execração pública”, diz a carta.
A renúncia provocará uma nova eleição para segundo-vice da Casa. O DEM deverá indicar Vic Pires, candidato original do partido ao cargo (Moreira concorreu sem aval da cúpula do partido). O DEM, aliás, garante que não existe chance de Edmar Moreira continuar no partido no decorrer de seu mandato. “Mesmo que ele renuncie, será sumariamente expulso. É o entendimento do partido sobre o caso”, disse Rodrigo Maia (RJ), presidente do partido.