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Dossiê da Casa Civil: a missão era “desconstituir” a Lava-Jato

Inquérito da Polícia Federal concluiu que os envolvidos na confecção do dossiê fajuto denunciado por Veja tinham como objetivo desqualificar toda a operação

Por Hugo Marques Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 1 set 2016, 23h01 - Publicado em 1 set 2016, 20h29

A Polícia Federal concluiu a investigação sobre um  plano que tinha o objetivo de sabotar as investigações da força-tarefa da Operação Lava-Jato. A história envolve a entrega de um dossiê ao então ministro-Chefe da Casa Civil da Presidência da República, Jaques Wagner, no ano passado, pelo policial Flavio Werneck Meneguelli.  Revelado por VEJA em março passado,  o dossiê acusava o juiz Moro, os procuradores, os delegados e  advogados de réus que decidiram colaborar com a Justiça de estarem a serviço de uma suposta trama do PSDB para implodir o PT e o governo. Werneck é vice-presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) e presidente do Sindicato dos Policiais Federais no DF (Sindipol).

A investigação comprovou que o dossiê foi montado para comprometer os integrantes da força-tarefa da Operação Lava-Jato. O delegado  Marcio Magno Carvalho Xavier, responsável pela investigação, enviou ao Ministério Público o relatório final do inquérito. Sua conclusão foi a seguinte:  “O encaminhamento do assunto à Casa Civil objetivou fornecer – de forma questionável, diga-se – elementos para atacar a Operação Lava-Jato e seus coordenadores”.

O delegado ressalta que o caráter  político-partidário da operação: “O servidor visou dar elementos a filiados do Partido dos Trabalhadores para tentar desconstituir os trabalhos da Operação Lava-Jato”. O agente Werneck foi candidato a deputado federal pelo PDT, partido aliado do PT, “um dos principais partidos políticos atingidos pelas investigações levadas a cabo pela Operação Lava-Jato”, diz o inquérito.

O policial disse em seu depoimento à Polícia Federal que recebeu “denúncias” contra procuradores da Operação Lava-Jato. Admitiu também que se reuniu com o ministro Jaques Wagner no Palácio do Planalto, onde esteve acompanhado do ex-governador Tião Viana, do PT. Werneck, porém, negou que o objetivo fosse sabotar a Lava-Jato.  Suas intenções eram outras. Queria denunciar o caso.  Para provar isso ele contou ao delegado ter encaminhado “as denúncias” também  ao presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República, José Robalinho. O procurador, por sua vez,  disse que Werneck mostrou para ele apenas  um “panfleto” com informações sobre a equipe da Lava-Jato e que não viu crime algum no que lhe fora relatado.

Werneck foi enquadrado no crime de prevaricação. Ele está afastado da PF até a conclusão de procedimento disciplinar, que o investiga por valer-se do cargo para obter proveito de natureza político-partidária, prevalecer-se abusivamente da condição de funcionário policial e ainda de praticar ato lesivo da honra e do patrimônio da pessoa, com abuso de poder. O relatório final do inquérito foi enviado ao Ministério Público Federal  para adoção de medidas jurídicas necessárias.

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