Diversa, compacta e segura
Em São José dos Campos (SP), a ocupação dos espaços sempre foi bem planejada. O próximo passo é o aumento da verticalização da cidade
Quando o Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) se instalou em São José dos Campos (SP), em 1950, a cidade começou a trilhar um caminho único entre os municípios brasileiros. Não havia outro centro semelhante no país, o que naturalmente causou a distinção da cidade como capital aeronáutica nacional – e depois, da América Latina.
São José dos Campos fica a 100 quilômetros de São Paulo e tem uma topografia privilegiada, o que ajuda a explicar a instalação do ITA nessas terras. Mas o crescimento também está ligado ao histórico de planejamento do município.
A partir de 1935, por mais de duas décadas, a cidade foi uma estância sanatorial para tratamento da tuberculose. O clima de serra, a pouca distância de São Paulo e a população reduzida eram ideais para os métodos da época. Ao mesmo tempo, o receio de que a doença se espalhasse pela cidade motivou o poder estadual a criar um zoneamento bem dividido, além de avenidas largas e arborizadas para garantir a circulação de ar puro.
Da fase sanatorial, o que restou foi a tradição de organização do espaço urbano. Desde a chegada do ITA até esta quarta-feira, quando a Boeing instalou na cidade o seu primeiro centro de pesquisas na América Latina, São José dos Campos ganhou 1.700 indústrias no setor de tecnologia. Passou a abrigar fábricas de gigantes como General Motors e Petrobrás. E tornou-se a sétima maior cidade do Estado de São Paulo, com 675.000 habitantes.
O planejamento foi essencial para assegurar que, apesar do crescimento significativo e da chegada constante de migrantes, os índices de desenvolvimento se elevassem constantemente. A taxa de homicídios é menor do que a cidade americana de Boston. E a rede educacional do município é uma das melhores de São Paulo.
“São José conseguiu implantar a duras penas um ideologia de planejamento da cidade. A população cobra porque quer uma cidade ordenada e bonita”, diz o secretário de Planejamento da cidade, Emmanuel Antonio dos Santos, que também é professor do ITA.
Para continuar crescendo com organização, a cidade já começou a elaborar uma nova lei de zoneamento. A saída deve ser apostar na verticalização para ter uma cidade diversa (porque haverá menos bairros isolados), compacta (porque a densidade populacional aumentará nas áreas ocupadas) e segura (porque as ruas dessas áreas serão mais movimentadas).
Expedição VEJA, quilômetro a quilômetro
Datas* | Cidade |
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6/5 | Jundiaí/SP |
7/5 | Joinville/SC |
9/5 | Não-me-toque/RS |
11/5 | Guarapuava/PR |
12/5 | Três Lagoas/MS |
14/5 | Rondonópolis/MT |
15/5 | Sorriso/MT |
17/5 | Barra do Garças/MT |
18/5 | Brasília/DF |
19/5 | Luis Eduardo Magalhães/BA |
21/5 | Cristino Castro/PI |
22/5 | Picos/PI |
23/5 | São Gonçalo do Amarante/CE |
25/5 | Iguatu/CE |
26/5 | Petrolina/PE |
28/5 | Irecê/BA |
29/5 | Janaúba/MG |
30/5 | Sete Lagoas/MG |
1/6 | Porto Real/RJ |
3/6 | São José dos Campos/SP |