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Dilma Rousseff: de ministra coadjuvante a mãe do PAC e candidata de Lula

Por Da Redação
9 fev 2009, 08h23

Dos óculos para as lentes de contato; da expressão forte para um rosto com traços mais suaves; dos trajes discretos para um guarda-roupa renovado; dos bastidores para a frente das câmeras; e, enfim, da Casa Civil para a presidência da República. É essa a aposta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o futuro da ministra Dilma Rousseff. A pouco menos de dois anos para o fim do mandato de Lula, os partidos de situação e oposição já começaram a se mobilizar para a sucessão presidencial. Sem um candidato natural para a chapa governista, Lula decidiu tentar emplacar Dilma, que, no começo do governo, não passava de uma ministra coajuvante, nas Minas e Energia. Sua trajetória nos últimos anos foi contada por várias reportagens publicadas por VEJA.

Com personalidade forte e fama de linha-dura, a ministra traz em seu passado um histórico de militância armada. Durante sua juventude, ela teria sido comandada pelo capitão Carlos Lamarca, ícone da guerrilha na década de 1960. Além disso, Dilma também foi citada como uma das envolvidas no famoso roubo do cofre recheado de dólares pertencente ao governador paulista Adhemar de Barros, fato que foi assunto da capa da edição de VEJA publicada em 4 de fevereiro de 1970.

Foi na edição de 15 de janeiro de 2003 que Dilma apareceu em destaque pela primeira vez na revista. Na ocasião, VEJA recuperou fatos vivenciados por ela, que acabara de ser nomeada ministra de Minas e Energia pelo governo Lula. Ela foi combatente da Vanguarda Armada Revolucionária de Palmares (VAR) e teve papel relevante no assalto ao cofre paulista, uma das ações mais espetaculares da guerrilha urbana no Brasil. A reportagem traz depoimentos que confirmam que a ministra, no entanto, não estava presente no momento da ação – apenas ajudou a orquestrá-la. “A Dilma era tão importante que não podia ir para a linha de frente. Ela tinha tanta informação que sua prisão colocaria em risco toda a organização. Era o cérebro da ação”, diz o ex-sargento e ex-guerrilheiro Darcy Rodrigues, que adotava o codinome “Leo”, em entrevista a VEJA. “Só em 1969 ela organizou três ações de roubo de armas em unidades do Exército, no Rio. Quando foi presa, em janeiro de 1970, o promotor militar que preparou a acusação classificou-a com epítetos superlativos: ‘Joana D’Arc da guerrilha’ e ‘papisa da subversão'”, informava a reportagem. Durante seus três anos na prisão, ela chegou a ser submetida a tortura.

Em 21 de julho de 2004, uma outra reportagem de VEJA afirma que a ministra de Minas e Energia abandonou parte do radicalismo demonstrado na administração dos primeiros meses de sua pasta. De acordo com a revista, o próximo desafio para o crescimento do Brasil estava nas mãos dela. “Cabe à ministra Dilma Rousseff a responsabilidade de dar continuidade à recuperação da produção industrial registrada nos últimos meses. Sua missão é tão vital quanto espinhosa. Ela precisa evitar que o país repita o apagão de três anos atrás. E tem de fazer isso convencendo a iniciativa privada de que vale a pena investir em energia elétrica”, dizia o texto.

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Pouco mais de um ano depois, Dilma troca de ministério e passa a comandar a Casa Civil no lugar de José Dirceu, que deixou o cargo após o escândalo do mensalão. Em 2 de novembro de 2005, VEJA relata que a ministra não se acanha ao tomar posições polêmicas e que agora poderia ser considerada a “principal pedra no sapato do ministro da Fazenda, Antonio Palocci”. A reportagem afirmou ainda que em outra ocasião, um “movimento da ministra já havia deixado em pé de guerra a equipe econômica e a Casa Civil”. Segundo a revista, Dilma chegou a sugerir ao presidente Lula que o Ministério do Planejamento poderia ter manipulado certos números de arrecadação para embasar a introdução de um novo projeto.

Aos poucos, Dilma começou a aparecer com mais frequência ao lado do presidente e também à frente de decisões importantes. Em 5 de março de 2008, VEJA mostrou que a ministra-chefe da Casa Civil estava passando por um “processo acelerado de metamorfose” para ser a provável candidata de Lula à presidência da República. “Habitualmente reservada, de uma hora para outra ela começou a participar de festas, viagens e reuniões com jornalistas. Deixa-se fotografar com facilidade e reserva boa parte da agenda para encontros políticos”, informou a revista.

Segundo uma pesquisa de intenção de voto publicada por VEJA, o melhor dos cenários mostrava Dilma com 5,4% dos votos. Seu principal concorrente seria o governador paulista José Serra, com 38% das intenções de voto. Embora os números representassem uma grande desvantagem para a ministra, Lula acreditava que ela seria capaz de inverter esse resultado. A ministra chegou a recusar, justificando sua falta de experiência e o quase anonimato entre os eleitores.

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O nome de Dilma voltou a aparecer entre as páginas da revista em 2 de abril de 2008. Desta vez, porém, não por conta de suas declarações polêmicas ou pela eficiência de sua gestão. Nesta edição, VEJA publicou que a assessora da Casa Civil, Erenice Alves Guerra, era a principal suspeita de ter ordenado a elaboração de um dossiê com os detalhes sobre gastos pessoais e exóticos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Dilma não concordou com a denúncia e enviou carta à redação para protestar contra a interpretação que a revista fez dos dados encontrados no levantamento.

Cada vez mais próxima, a eleição presidencial de 2010 já é motivo para mudanças um pouco mais aparentes na ministra. “Ao lado do presidente Lula e do governador de São Paulo, José Serra, Dilma reapareceu em grande estilo na abertura de uma feira de moda. Ela estava quase 10 quilos mais magra e sem óculos, que foram substituídos por lentes. O cabelo ficou ruivo, com um corte repicado que se derruba elegantemente pela testa”, relata VEJA em 21 de janeiro de 2009. A revista apelidou as intervenções estéticas de Plano de Aprimoramento Cosmético, um tipo de PAC eleitoral.

Lula continua investindo para fazer Dilma sua sucessora. Em VEJA de 4 de fevereiro de 2009, a revista mostra que o presidente deu a maior prova de que ela será a candidata pelo PT. Ele pediu ao deputado Devanir Ribeiro, do PT, autor da proposta para a criação de um terceiro mandato, que deixasse de investir nesse tema. “O presidente não quer a re-reeleição, a proposta não tem o apoio da sociedade e o PT já tem um candidato”, explicou Devanir, segundo a revista.

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