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Deputados do PT vão ao procurador-geral de Justiça para blindar vice-prefeito de Campinas

Onze pessoas foram presas na semana passada por conta de esquema que seria chefiado pela primeira-dama

Por Da Redação
24 Maio 2011, 18h42

Uma comitiva de três deputados estaduais petistas esteve com o procurador-geral de Justiça de São Paulo, Fernando Grella Vieira, na tarde desta terça-feira. Os petistas negaram que o encontro seria para pressionar o Ministério Público paulista, que investiga a existência de de um mensalinho na prefeitura de Campinas. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem ligações políticas e pessoais com um dos investigados, o empresário e pecuarista José Carlos Costa Marques Bumlai, citado nas gravações. O empresário teria tentado, sem sucesso, o benefício da delação premiada com o objetivo de proteger Lula.

Na semana passada, a polícia efetuou várias prisões em Campinas. A primeira-dama da cidade e chefe de gabinete do prefeito Doutor Hélio (PDT só não foi presa porque obteve um habeas corpus. O vice-prefeito Demétrio Vilagra (PT) escapou da prisão por estar fora do Brasil.

O outro objeto da visita petista ao procurador-geral era justamente tratar de Vilagra. Pela internet, Vilagra disse que pretende voltar em breve ao Brasil para esclarecer os fatos.O presidente estadual do PT, deputado Edinho Silva, acompanhado dos também parlamentares estaduais Gerson Bittencourt, Antônio Mentor, Ênio Tatto e Ana Perugini, negou a existência de uma operação de blindagem. “Só estamos aqui para reforçar que não queremos uma condenação pública do vice-prefeito”, disse.

Edinho Silva disse se basear na argumentação dos advogados de defesa de Vilagra, que não encontraram elementos para justificar a prisão preventiva do político. Sobre a citação de Lula, ele considerou uma “irresponsabilidade”. Silva também negou que o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu estaria desde domingo coordenando a articulação petista no caso.

Perguntado se a presença de cinco deputados estaduais diante de um procurador não seria, por si, a prática de pressão política que o PT alega tentar evitar, Silva desconversou. “Nós não faríamos isso. Nem o procurador se sujeitaria. Só queremos que o direito de defesa do Demétrio seja garantido.” Outro objetivo seria evitar a “politização do caso”, apesar de não ter dito quem estaria promovendo isso.

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Na mesma hora, no 2º Distrito Policial de Campinas, promotores do Grupo Especial de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) ouviam os detidos na operação. Na saída do encontro, o deputado Edinho Silva disse ter ouvido do procurador Grella Vieira que a investigação sobre Vilarga estaria baseada apenas nas escutas telefônicas. “Eles não tem fatos”,declarou. Sempre negando a pressão política, os deputados afirmaram estar ali para “apoiar” os promotores em tudo.

Grella Vieira divulgou uma nota ao fim do encontro, sustentando que os promotores do Gaeco têm autonomina para seguir no caso e as investigações vêm sendo feitas com bastante rigor.

Memória – A investigação do Ministério Público levou à prisão temporária, na última sexta-feira, de onze investigados. Outros nove continuam foragidos. Eles participariam de um esquema de recebimento de propinas envolvendo contratos entre a empreiteira Constran e a Sanasa Campinas,empresa de águas e esgotos da cidade. O esquema seria liderado pela chefe de gabinete da prefeitura e primeira-dama.

Bumlai, que integrou a diretoria da Constran, seria o elo entre a empresa e integrantes da administração pública e da Sanasa. Doutor Hélio não é alvo das investigações. O ex-diretor da Sanasa entre janeiro de 2005 e julho de 2008, Luís Augusto Aquino, se valeu do recurso da delação premiada para denunciar os integrantes do esquema.

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