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Denúncia da promotoria traz novos detalhes sobre a morte de Marcos Matsunaga

Para a acusação, Elize planejou o crime em detalhes e agiu de forma calculada para alterar a cena do crime e dirimir as suspeitas da família sobre o desaparecimento dele

Por Valmar Hupsel Filho
19 jun 2012, 19h27

Uma assasina fria, que planejou minuciosamente o seu crime antes de praticá-lo. Desta forma o promotor José Carlos Cosenzo apresenta em sua denúncia a ré Elize Araújo Matsunaga, autora confessa do assassinato e esquartejamento do marido, o empresário Marcos Kitano Matsunaga, no dia 19 de maio. O relato do crime apresentado ontem pelo promotor à Justiça traz novos detalhes sobre a forma de atuação de Elize.

Segundo o promotor, Elize já planejava o crime quando contratou o detetive particular William Coelho de Oliveira para vigiar os passos de Marcos Matsunaga. Do interior do Paraná, para onde viajou com a filha, Elize telefonava a uma das empregadas da casa para monitorar os passos do marido. Quando a empregada avisava que Matsunaga havia saído, Elize acionava o detetive. O mapa das ligações feitas por Elize mostra, segundo o promotor, que ela ligou diversas vezes para o detetive. “Ela já sabia das traições e buscava no detetive as provas”, afirma Cosenzo. “Ao vê-lo com a amante, ela assisita a um filme do qual já havia sido a protagonista.”

Em sua denúncia, o promotor reconstruiu o desenrolar dos acontecimentos no apartamento do casal, na Vila Leopoldina. Segundo ele, Elize disparou contra a cabeça de Marcos assim que ele retornou com a pizza que havia ido buscar pegar na portaria do prédio. Com base no laudo pericial, que atesta que a bala atingiu Marcos de cima para baixo, ele conclui que o empresário estava sentado ou teria abaixado para se defender. “O tiro foi disparado a uma distância de cerca de 20 centímetros, o que atesta que Marcos foi pego de surpresa”, disse o promotor, lembrando que o empresário era mais alto que Elize e conhecedor de artes marciais. “No momento em que Marcos caiu, ela pegou uma faca e iniciou a degola, uma vez que o laudo diz que a causa mortis foi traumatismo e asfixia por decaptação”, disse.

Na interpretação do promotor, o esquartejamento do corpo também foi planejado por Elize. “Perpetrado o crime, era o momento de se livrar do indesejável cadáver, e, para isso, já tinha também previamente desenvolvido um plano. Iria esquarteja-lo e transportá-lo para local distante”, escreveu na denúncia. Cosenzo disse que Elize modificou totalmente a cena do crime, trocando o cano da arma que usou no disparo e limpando o chão sujo de sangue do apartamento.

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No dia 21, quando já havia se livrado do corpo, ela encontrou o detetive para pegar as imagens que haviam sido captadas por ele. Pagou uma quantia aproximada de 7 mil reais pelo serviço e, na ocasião, comentou que desconfiava que o marido havia sido sequestrado. O detetive se ofereceu a investigar o desaparecimento, mas ela recusou. Com as provas da traição, Elize procurou a família do empresário, que estava preocupada com o desaparecimento dele. Mostrou as imagens e disse que o caso extraconjugal seria o motivo para a saída de Matsunaga de casa sem dar explicações a ninguém.

Para afastar suspeitas da família, Elise também usou um notebook da vítima – do qual tinha a senha – para disparar e-mails para a empresa de sua propriedade. Fazia-se passar por ele e informava que estava bem, mas não dizia onde. No mesmo dia, foi para o shopping e comprou malas novas com o cartão de crédito do marido.

Na opinião do promotor, mesmo com algumas pendências – como o resultado da reconstituição do crime, que deve sair nos próximos dias, e do laudo pericial do projétil que atingiu Marcos -, já há elementos suficientes para a condenação. Para o júri, o Ministério Público arrolou ao todo oito testemunhas, entre elas um morador da Estrada do Pires, em Cotia. Ele já declarou que Elize costumava cavalgar na região onde descartou os restos mortais do marido esquartejado.

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