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DEM e PR tentam unir a militância em convenção no Rio

O ex-prefeito Cesar Maia e Rodrigo Maia, candidato à prefeitura do Rio, são vaiados. Rosinha Garotinho apela para as raízes brizolistas das candidaturas

Por Da Redação 27 fev 2012, 19h39

Garotinho compara Sérgio Cabral e Eduardo Paes aos personagens Tereza Cristina e seu mordomo Crô, de ‘Fina Estampa’

O primeiro grande encontro público entre o DEM, do ex-prefeito Cesar Maia, e o PR, do ex-governador Anthony Garotinho, não foi exatamente uma celebração de afinidades. A coligação que vai enfrentar o prefeito Eduardo Paes (PMDB), candidato à reeleição, teve na tarde desta segunda-feira sua primeira convenção, que mais pareceu um teste de aceitação de Rodrigo Maia, do DEM, à eufórica militância dos ‘republicanos’. O ‘democrata’ encabeça a chapa e deve ter como vice a deputada estadual Clarissa Garotinho. Para grande parte do PR, a herdeira dos Garotinho é quem deveria puxar a legenda.

Não foi fácil. Logo na saída, os Maia, pai e filho, foram vaiados. Cesar, que anteviu os problemas em uma resolução do DEM publicada em sua lista de e-mails – o ex-Blog de Cesar Maia -, ressaltou que “eventuais diferenças” serão mitigadas. Não foi o que pareceu no início da convenção. “Essas divergências nunca foram acentuadas no plano municipal. Há coligação por convergência e por oposição a terceiros. É o nosso caso com o PMDB”, resumiu o ex-prefeito.

O governador Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Paes são, no momento, os inimigos que unem DEM e PR. Coube à prefeita de Campos dos Goytacazes e ex-governadora do Rio, Rosinha Garotinho, acalmar os ânimos no Centro de Convenções Sul-América. “Estamos voltando ao passado, a quando começamos juntos, no PDT de Leonel Brizola”, discursou Rosinha. “Aqui dentro não há iguais. Às vezes, no caminho, a gente se desvia, pega atalhos, mas os caminhos voltam a se encontrar”, tentou a ex-governadora, que recorreu a todo o seu repertório de metáforas para explicar à militância que, no momento, é vital a coligação com o DEM. “Se um barco afundar, afunda todo mundo. Se navegar, navega todo mundo”.

Garotinho e Maia, antes adversários, juram fidelidade para as militâncias dos partidos
Garotinho e Maia, antes adversários, juram fidelidade para as militâncias dos partidos (VEJA)
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Dono do ‘show’, Anthony Garotinho foi quem mais levantou a plateia. Antes da fala de encerramento da convenção, foi exibido, para os cerca de 3 mil participantes, um videoclipe. O mote era o “volta Garotinho”, em uma alusão às intenções do ex-governador de disputar o Palácio Guanabara em 2014. Nesse cenário, não está descartada a possibilidade de Cesar Maia compor a chapa como vice. No momento, Cesar é candidato a vereador na capital.

Garotinho foi aplaudido em vários momentos. Particularmente quando, mostrando sua habilidade com a massa, comparou Cabral e Paes a Tereza Christina e o mordomo Crô, personagens interpretados por Christiane Torloni e Marcelo Serrado na novela ‘Fina Estampa’, da Rede Globo. “Cabral diz, ‘vai lá, bota a máquina e derruba a barraquinha’. Parece a dupla Tereza Christina e Crô. Impressionante, com todo respeito ao personagem. Mas é um comportamento submisso (de Paes)”, provocou Garotinho, que já passou pelo PMDB.

Evangélicos – Segundo Cesar Maia, esta será a primeira eleição, desde 1992, sem um candidato majoritário evangélico à prefeitura do Rio. O voto evangélico no Rio tem peso. E muito. Foi decisivo, por exemplo, para as eleições de Garotinho ao governo e à Câmara – ele foi o mais votado do Rio, com 700 mil votos. Para Cesar, a ausência de um candidato majoritário das igrejas evangélicas é uma fator que aumenta o poder de atração de votos de Clarissa Garotinho, vice na chapa encabeçada por Rodrigo Maia.

Além da óbvia estratégia de ataques pesados a Cabral e Paes, visando a enfraquecer a hegemonia do PMDB no interior do estado, a aliança DEM-PR terá como estratégia atrair o voto conservador. Cesar Maia explicou que a coligação defenderá os “valores da família”. “Somos um partido conservador e não temos constrangimento em dizer isso. Há convergência com o PR no que se refere aos valores da família”, complementou Rodrigo Maia, que se disse um “católico praticante”.

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“Não vou fazer campanha para papa ou bispo. Mas a temática religiosa vai estar presente. Quanto a isso, não há dúvida”, disse Garotinho, aos jornalistas. À militância, a mensagem chegou da seguinte forma: “Eu e Cesar Maia estamos de pé depois de tomarmos muita pancada, porque somos pessoas de muita fé. Estamos ajudando um ao outro a levantarmos juntos e enfrentarmos o adversário”.

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