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Delegado acredita que erro foi da vítima, não de Thor

Para a polícia, marcas de frenagem indicam que Wanderson estava no meio da pista. Thor prestou depoimento e disse "lamentar profundamente" o caso

Por Leo Pinheiro, do Rio de Janeiro
21 mar 2012, 18h23

“A perícia feita pelo ICCE foi minuciosa. Tudo foi fotografado e não havia razão para o veículo permanecer no pátio da Polícia Rodoviária Federal. O delegado que fez o registro viu que a marca da frenagem está no meio da pista, não no acostamento”, afirmou Mário Roberto Arruda

O delegado titular da 61ª DP (Xerém), Mário Roberto Arruda, afirmou na tarde desta quarta-feira, após o depoimento do estudante Thor Batista, que “as circunstâncias” do atropelamento que matou o ajudante de caminhão Wanderson Pereira dos Santos, 30 anos, indicam que a vítima estava no meio da pista no momento do choque. Segundo Arruda, é necessário aguardar o laudo pericial, que deve ficar pronto dentro de 15 ou 20 dias, mas, pela “experiência que tem da região”, ele acredita que o erro foi de Wanderson.

“A perícia feita pelo ICCE (Instituto de Criminalística Carlos Éboli) foi minuciosa. Tudo foi fotografado e não havia razão para o veículo permanecer no pátio da Polícia Rodoviária Federal. O delegado que fez o registro (Hilton Pinho Alonso) passou as informações e viu que a marca da frenagem está no meio da pista, não no acostamento”, afirmou o delegado. No fim da tarde, a Polícia Civil informou que foi colhido o sangue de Wanderson Pereira dos Santos, 30 anos, para verificar se ele havia ingerido bebida alcoólica. Thor fez o teste do bafômetro no dia do atropelamento e o resultado foi negativo para ingestão de álcool.

A partir do laudo, afirmou Arruda, a polícia terá condições de esclarecer detalhes como a velocidade aproximada em que ocorreu a colisão. “Ela pode ou não determinar a culpabilidade do Thor. Pode ter sido culpa da vítima, podem ser culpas concorrentes ou só do motorista. Se o laudo comprovar que estava acima da velocidade permitida, ele pode ser indiciado por homicídio culposo. Há jurisprudência de casos em que a culpa foi só da vítima, e nesse caso ele sequer será indiciado”, disse Arruda. A possibilidade de Thor responder por homicídio doloso, segundo o delegado, está descartada.

A Polícia Civil ouviu, até a tarde desta quarta-feira, seis pessoas. Dois são policiais rodoviários federais: os inspetores Cruz e João Miguel. Dois são motoristas que passavam pelo local na hora – entre eles, um estudante de medicina que diz ter chamado a polícia, contradizendo a versão de Thor, que diz ter ele próprio acionado os policiais. Também foram ouvidos o próprio Thor e o carona Vinícius Racca, de 22 anos, que viajava no Mercedes-Benz McLaren.

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Ao fim de seu depoimento, Thor deu uma declaração. “Gostaria de fazer uma breve declaração à mídia, sobre o ocorrido. Eu lamento profundamente pela morte do Wanderson. Eu respeito a dor da família, a perda de um ente querido é complicada. E mesmo convicto da minha inocência, confirmo aqui que vou prestar todo o auxílio necessário à família, até o que for mais do que o necessário”.

O advogado Celso Vilardi, um dos dois defensores de Thor, sustentou o direito de seu cliente dirigir, mesmo tendo acumulado, em 18 meses, 51 pontos por multas na carteira de motorista. “Thor tem o direito de dirigir porque, embora tenha esses pontos, nunca foi notificado, nem foi pedido o recolhimento da carteira”, disse Vilardi.

Segundo o advogado, “Thor dirige muito pouco”. “O Thor, como todos vocês sabem, anda com seguranças e motoristas. Muitas dessas multas podem ter sido de motoristas, não necessariamente dele. Vamos verificar para saber quando estava acompanhado de seguranças. Raramente ele dirige”, disse.

Thor afirmou, em seu Twitter, na noite de segunda-feira, que está acostumado a dirigir câmbio automático – caso do Mercedes que conduzia na noite da morte de Wanderson. Thor também afirmou que “está acostumado a usar o pé esquerdo para frear”.

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