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Defesa se refere a policiais do Carandiru como heróis

Advogada Ieda Ribeiro de Souza defende a individualização da conduta dos policiais, alegando que não há defesa contra uma acusação genérica

Por Da Redação
Atualizado em 19 jul 2016, 13h46 - Publicado em 20 abr 2013, 19h05

A advogada de defesa Ieda Ribeiro de Souza finalizou a sua parte de debates na tarde deste sábado, após duas horas e meia de argumentações. A fala da defesa teve início às 14h20, e começou se dirigindo diretamente aos 24 policiais militares presentes: “Eu me penitencio e me desculpo porque nem sempre a sociedade os respeita”, disse. “Os meus heróis não morreram de overdose. Todos os meus heróis estão aqui.”

Ainda se dirigindo aos policiais, Ieda disse: “Eu tenho orgulho de defender aos senhores.” Ela também deu um conselho aos policiais militares que se encontram na ativa: “Vivam a profissão como esses homens viveram.”

Uma das estratégias da advogada é mostrar que tem mais experiência que os promotores para avaliar o caso. “Eu estou nesse processo desde 1997. O doutor Fernando (Pereira da Silva) tem contato de um ano com o processo.” Ela também questionou por que o Ministério Público não denunciou os réus por fraude processual, já que a acusação diz que a cena do massacre foi alterada e armas foram intrujadas na prisão.

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Ao contrário da Promotoria, Ieda defende a individualização da conduta. “Eu não posso punir um pela conduta do outro. Em que país sério do mundo eu tenho uma acusação genérica?” Segundo ela, de uma acusação genérica não há como se defender. A advogada disse que, se fosse sabido que o policial A matou o prisioneiro B, poderia-se julgá-lo. “Os senhores querem julgar a Rota?”, perguntou aos jurados. “Julguem também o que ela fez de bom. Vamos lembrar de �Tropa de Elite�. Quando a PM não consegue mais controlar a situação, chama o Bope, chama a Rota.”

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A advogada citou três motivos para a absolvição dos 26 réus acusados pela morte de 15 detentos no segundo pavimento do Pavilhão 9 do Carandiru em outubro de 1992: os policiais militares agiram no estrito cumprimento do dever legal, ou seja, tinham o dever de estar ali e agiram sob ordens; eles agiram em legítima defesa. A advogada lembrou que uma testemunha de acusação, na última segunda-feira, admitiu ter ouvido um disparo no presídio anterior ao ingresso da PM.

Sobre o número elevado de detentos mortos na operação, ela ressaltou que o número não é alto se comparado ao total de presos no Carandiru à época: no Pavilhão 9, havia cerca de 2.600 presos, e, em toda a Casa de Detenção, mais de 7.000. “Eu nenhum país do mundo eu tenho uma população carcerária dessa magnitude”, afirmou. Ela ainda alegou que a denúncia ao réus, realizada pelo Ministério Público, deve ter sido feito às pressas, “de forma ridícula e risível”, para agradar organismos de direitos humanos internacionais.

Acusação – A Promotoria havia iniciado a fase dos debates às 9h25, com a fala de Fernando Pereira da Silva, que ocupou as três horas a que tinha direito. Os promotores recorreram à réplica para rebater os argumentos de Ieda – agora, quem fala é Marcio Friggi, que tem direito a duas horas. Se a defesa quiser a tréplica, ela também terá duas horas.

(Com Estadão Conteúdo)

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