Curva de contágio da Covid-19 volta a crescer em todo o país
Após relativo controle no fim de março e início de abril, estudo da Fiocruz aponta para crescimento acelerado de casos de coronavírus em todas as regiões

Novo relatório da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado no fim da tarde desta terça-feira 5, chama atenção para a curva de contágio do coronavírus no país: depois de uma relativo controle, ela se mantém em alta e em um ritmo acelerado. O boletim do sistema InfoGripe, que monitora os dados de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) em todo o Brasil e tem como fonte os dados do sistema Sivep-gripe da Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, destaca a manutenção da aceleração no crescimento das internações por SRAG, sobretudo dos casos de Covid-19. De acordo ainda com o estudo, relativo à semana epidemiológica 18 (26 de abril a 2 de maio), todas as regiões brasileiras seguem na zona de risco e com atividade semanal muito alta para SRAG, com predominância de 82,7% do novo vírus.
Após uma tendência de queda observada no final de março, a análise mostra uma clara retomada na aceleração de casos. “Tivemos duas semanas de crescimento muito intenso em meados de março, depois tivemos uma clara desaceleração no final do mês e começo de abril. A redução do ritmo do crescimento pode ser associada à forte adesão que tivemos ao isolamento social desde o começo de março. Porque a gente tem um efeito lento nesse processo, o tempo entre a infecção e a hospitalização é, em média, de duas semanas”, afirma o coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes.
O novo boletim informa que, até o dia 2 de maio, o Brasil teve um total de 57.017 casos de SRGA notificados. Mas considerando atrasos, de acordo com a metodologia desenvolvida pela plataforma, a estimativa é que este total atualizado seja de 74.232, com um intervalo de confiança de 65.441 a 87.303. No caso de óbitos, já foram inseridos no sistema 8.024 notificações, o que leva uma estimativa de que o total até a semana 18 seja de 9.587, com intervalo de confiança de 8.785 mil a 11.040 mil.
Entre os casos reportados, 16.260 tiveram resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, sendo 5.2% Influenza A, 2.6% Influenza B, 3.1% vírus sincicial respiratório, e 82.7% SARS-CoV-2 (Covid-19). Outros 19.424 apontaram negativo, e ao menos 16.839 estão aguardando resultado. Entre os óbitos, 3.904 com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 2.767 negativos, e há ao menos 810 aguardando resultado. Dentre os positivos, o novo coronavírus predomina, com 94.8% dos resultados.
A retomada de crescimento é observada tanto nos dados de SRAG em geral quanto síndrome por Covid-19. Este panorama sugere a necessidade de manutenção das recomendações de isolamento social para evitar a demanda hospitalar acima da capacidade de atendimento, como já tem sido registrada em alguns estados. Segundo os pesquisadores, o aumento de casos pode estar relacionado com a redução na adesão ao isolamento social no mês de abril. “Os dados nos mostram que sacrifício que fizemos funciona e podemos ver e mensurar esse resultado. Isto acende um sinal de alerta. A gente não pode relaxar, ainda não é o momento. O isolamento é hoje a principal ferramenta que nós temos”, ressalta Gomes.
De acordo com o boletim do Ministério da Saúde, foram registrados no país até hoje 107.780 casos de pessoas contaminadas pela Covid-19 e 7.321 óbitos.
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