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Cúpula dos Povos no Rio: espaço para o descontentamento da sociedade civil

Por Por Claire de Oliveira
12 jun 2012, 15h33

A sociedade civil buscará expressar seu descontentamento durante a Cúpula dos Povos, no Rio de Janeiro, um evento paralelo à conferência da ONU sobre desenvolvimento sustentável que receberá 15 mil participantes por dia no Parque do Flamengo, segundo os organizadores.

“Sabemos que a conferência oficial Rio+20 patina. Como esperamos pouco progresso para que os países membros se comprometam a reduzir suas emissões de CO2 e preservar melhor a biodiversidade, a Cúpula dos Povos será o espaço que a sociedade terá para expressar seu descontentamento”, disse Bazileu Alves Margarido, do Instituto Democracia e Sustentabilidade.

A Cúpula dos Povos será realizada por iniciativa de 200 organizações ambientalistas e movimentos sociais do mundo inteiro. Movimentos indígenas e de negros, mulheres e jovens também participarão, para lutar contra o mercantilismo e defender os bens comuns. O governo brasileiro é seu maior financiador, com 5 milhões de dólares.

Seiscentas atividades, entre debates, assembleias, manifestações e shows, acontecerão neste evento paralelo, cujo lema é “Venha reinventar o mundo!”.

Duzentas experiências práticas, batizadas de “territórios do futuro” e já implantadas em diversos países, como o uso da energia solar, também serão apresentadas ao público.

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“A Cúpula dos Povos será um espaço de denúncia, mas esperamos também articular os movimentos sociais em defesa da soberania dos povos e de seus territórios, contra o avanço do capitalismo verde”, explicou Rui Varres, porta-voz do Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST).

“Minha expectativa em relação à Rio+20 é que possa se transformar na Praça Tahrir da crise ambiental mundial, e que a opinião pública internacional possa dizer aos líderes que não se pode reduzir as expectativas ante uma crise que se agrava a cada dia”, disse recentemente à AFP a ex-candidata à presidência Marina Silva, citando a praça do Cairo onde os egípcios se mobilizaram contra o governo em 2011.

Segundo o Comitê Facilitador da Sociedade Civil (CFSC) para a Rio+20, a “economia verde” defendida pela conferência oficial que reunirá 116 chefes de Estado e governo de 20 a 22 de junho é “um termo enganoso, para designar outra etapa do acúmulo capitalista”.

“Traremos para a sociedade as soluções que os povos já encontraram e lutam para implantar, e que são as boas armas contra esse capitalismo verde que busca, sobretudo, transformar a natureza em ativos financeiros negociados em bolsa”, disse Varres.

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Várias manifestações serão realizadas durante esta reunião paralela, a mais importante em 20 de junho, dia de abertura da cúpula oficial da ONU, no Centro do Rio.

O protesto será antecedido por uma passeata de mulheres em 18 de junho, e por uma marcha contra o novo Código Florestal brasileiro, que ambientalistas consideram uma ameaça à Amazônia, maior floresta tropical do planeta. “Vamos atrair a atenção do mundo para esse retrocesso na luta contra o desmatamento”, assinalaram os organizadores.

Na noite de 17 de junho, uma vigília inter-religiosa contra a intolerância acontecerá no Aterro do Flamengo.

Segundo os organizadores, a Cúpula dos Povos também será uma oportunidade para se fazer um balanço dos progressos registrados desde a Cúpula da Terra, em 1992, no Rio de Janeiro, quando a sociedade civil foi excluída dos debates.

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