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Cristo Redentor pede socorro na capa da ‘Economist’

Editorial da revista britânica afirma que não há motivos para ter saudades de Dilma, cuja incompetência aprofundou a crise. Mas diz que a classe política como um todo decepciona o país

Por Da Redação
21 abr 2016, 12h34

O Cristo Redentor estampa novamente a capa da revista britânica The Economist. E, desta vez, ele pede socorro. Em editorial sobre as crises política e econômica por que passa o Brasil, a revista afirma que a presidente Dilma Rousseff decepcionou o país – assim como toda a classe política. Não por acaso, o texto é intitulado “A grande traição”.

“O fracasso não foi feito apenas pela senhora Rousseff. Toda a classe política tem decepcionado o país pela combinação de negligência e corrupção. Os líderes do Brasil não ganharão o respeito de volta de seus cidadãos ou superarão os problemas econômicos a não ser que haja uma limpeza completa”. A revista descreve a votação do processo de impeachment na Câmara dos Deputados, que avalia ter se dado em um momento desesperador para o país em vista dos preocupantes números da economia. “Domingo não foi o fim de Dilma Rousseff, mas sua saída agora não está longe. O Brasil não tem que ficar em luto por ela. A incompetência em seu primeiro mandato tornou a situação econômica do país incomparavelmente pior. Seu Partido dos Trabalhadores é o principal por trás do escândalo na Petrobras. Embora Dilma não tenha pessoalmente sido implicada em malfeitos, ela tentou proteger seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, da Justiça”.

“O que é alarmante é que aqueles que estão trabalhando para o seu afastamento são, em muitos aspectos, piores”, cita o editorial que lembra que o vice-presidente Michel Temer é filiado ao PMDB. “O PMDB também está perdidamente comprometido. Um dos seus líderes é o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que presidiu o espetáculo do impeachment de seis horas no domingo. Ele é acusado pelo Tribunal Superior Federal de aceitar suborno da Petrobras”, diz a revista.

Para a Economist, “não há maneiras rápidas” de resolver a situação. As raízes dos problemas políticos viriam, segundo a revista, da economia baseada no trabalho escravo do século XIX, a ditadura do século XX e o sistema eleitoral em vigor. “No curto prazo, impeachment não vai consertar isso”, diz a revista.

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O editorial diz que a acusação da manipulação contábil de Dilma parece “tão pequena que apenas um punhado de deputados se preocupou em mencionar isso em seus dez segundos” na votação. A revista avalia que, se Dilma for deposta por uma razão técnica, “o senhor Temer vai lutar para ser visto como um presidente legítimo pela grande maioria dos brasileiros que ainda apoiam a senhora Rousseff”.

Por isso, a revista defende que uma maneira de contornar a situação seria a realização de novas eleições que elegeriam um presidente com apoio popular para executar reformas – algo inconstitucional, ressalte-se. “Os eleitores também merecem uma chance de se livrar de todo o Congresso infestado de corrupção. Apenas novos líderes e novos legisladores podem realizar as reformas fundamentais que o Brasil necessita”, diz a revista. “Assim, há uma boa chance de o Brasil ser condenado à confusão sob a atual geração de políticos desacreditados. Os eleitores não devem se esquecer deste momento. Porque, no fim, eles terão a chance de ir às urnas – e devem usá-las para votar em algo melhor”.

(Com Estadão Conteúdo)

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