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Crise no ES: 703 PMs foram indiciados por crime de revolta

Caso sejam condenados, os militares podem pegar de 8 a 20 anos de detenção; André Garcia, secretário de segurança do Estado afirmou que não há mais diálogo

Por Maria Clara Vieira
Atualizado em 10 fev 2017, 16h52 - Publicado em 10 fev 2017, 11h45

No sétimo dia de caos na segurança pública no Estado do Espírito Santo, o comandante da Polícia Militar, Nylton Pereira, declarou na manhã desta sexta-feira que 703 policiais militares serão indiciados pelo crime de revolta – caso sejam condenados, os militares podem pegar de 8 a 20 anos de detenção. Segundo o comandante, os PMs tiveram o ponto cortado desde sábado, dia 4, e ficarão sem receber férias e escala especial.

“O crime de desobediência, é uma transgressão grave para o militar. Quando evolui para motim, prevê 4 a 8 anos de detenção. Quando os policias estão armados, configura crime de revolta, que prevê pena de 8 a 20 anos. Ontem indiciamos 327 policiais militares por revolta. Hoje indiciamos 376, resultando em 703 indiciados”, afirmou o comandante.

O secretário de segurança, André Garcia, afirmou que o governo não tem mais capacidade de diálogo. A categoria reivindica 43% de reposição salarial. Os representantes dos PMs sugeriram, em reunião nesta quinta, o parcelamento do reajuste – um aumento inicial de 15% e os demais 28% no prazo de 12 meses, mas o governo ofereceu apenas uma possibilidade de reajuste a partir dos resultados de arrecadação do primeiro quadrimestre deste ano, sem apresentar porcentual.

“Ontem foi a oitava tentativa junto a representantes das entidades militares e familiares de grevistas. Infelizmente, após uma reunião que durou quase 10 horas, não foi possível sensibilizá-los. As associações entendem que é preciso acabar a greve, mas as mulheres não concordam. Nossa obrigação é reconstruir a polícia militar. Vamos construir uma PM que não volte as suas costas para a sociedade. Se os PMs forem condenados, passarão de militares a bandidos, e serão tratados como tal”, afirmou o secretário.

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Sete mulheres líderes do movimento participaram da reunião no Comitê de Negociação, sem a presença do secretário e do governador. A comissão de negociação criada pelo Estado é formada pelos secretários Júlio Pompeu, de Direitos Humanos, José Carlos da Fonseca, da Casa Civil, Eugênio Ricas, de Controle e Transparência, Paulo Roberto Ferreira, da Fazenda.

Mortes

Segundo o Sindicato dos Policiais Civis (Sindipol/ES), há 121 mortes no Estado desde a paralisação da PM até a manhã desta sexta-feira. Há uma semana, o Espírito Santo vive uma onda de saques e roubos. As aulas foram suspensas e o transporte público opera precariamente.

Durante coletiva de imprensa nesta manhã, o secretário de segurança disse que eles consideram a hipótese de haver líderes do movimento envolvidos no caos instalado no Estado. “Estamos investigando um grupo que quer desestabilizar a ordem pública. Houve um atentado à rede Gazeta. Tivemos homicídios que não pareciam ser assaltos ou guerra de traficantes e ameaças à circulação de coletivos, que não foram assaltos”, afirmou.

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