O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), afirmou que a crise política que envolveu a Casa tem a finalidade de enfraquecer o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A declaração foi dada nesta terça-feira, durante encontro com políticos do Amapá em seu gabinete. Sarney ainda enfatizou estar disposto a permanecer no cargo, mesmo sob suspeitas de envolvimento em várias acusações encaminhadas pela oposição ao Conselho de Ética.
“Pelo fato de minha luta política ter algum peso na sucessão, desencadeou-se essa crise para enfraquecer o presidente da República”, disse, lembrando que o PMDB tornou-se o principal aliado do presidente no Congresso. Sobre as acusações, ressaltou: “Não posso senão resistir e ser firme, com a certeza de minha consciência e da lisura no trato com as coisas administrativas. A coisa mais grave de que me acusam é de que eu tinha pedido para nomearem o namorado da minha neta”.
Sarney negou, mais uma vez, estar envolvido em irregularidades. “Nunca me acusaram de nada e agora desencadeia-se essa crise política. É essa consciência da tranquilidade que me dá forças. Nunca me meti em qualquer coisa errada”, declarou.
Arquivamentos – O presidente do Conselho de Ética do Senado, Paulo Duque (PMDB-RJ) arquivou as 11 acusações contra Sarney. A oposição recorreu contra o arquivamento de quatro denúncias, e ainda esta semana deve protocolar novos recursos. Os recursos deverão ser colocados em votação no plenário do Conselho de Ética.
A bancada do PT no Senado tem reunião marcada para esta terça-feira para decidir se apoia ou não a oposição, que tem cinco votos no conselho mas precisa de oito para conseguir a abertura dos processo contra Sarney. O PT tem três votos no conselho.