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Cremesp suspende licença de nutrólogo acusado de cometer abusos sexuais

Novos casos revelados por VEJA aumentaram a pressão para o Conselho de Medicina impedir Abib Maldaun Neto de atender pacientes durante as investigações

Por Redação
Atualizado em 11 mar 2021, 22h14 - Publicado em 26 set 2020, 09h00

O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) comunicou na noite de sexta-feira, 25, que suspendeu por seis meses a licença profissional do nutrólogo Abib Maldaun Neto, acusado por diversas mulheres de cometer abusos sexuais durante consultas na sua clínica nos Jardins, bairro nobre da capital paulista. O Cremesp vinha sofrendo pressão para impedir o médico de trabalhar desde que VEJA publicou no dia 18 de setembro depoimentos inéditos de vítimas. 

Em julho, Maldaun Neto foi condenado em segunda instância pelo crime de violação sexual mediante fraude, mas entrou com recursos no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para anular a sentença de dois anos e oito meses de prisão em regime semiaberto. Mesmo com a condenação, ele continuava atendendo pacientes no seu consultório particular.

Desde que VEJA publicou a reportagem contra o médico, o Cremesp recebeu seis novas representações de mulheres que pedem para a habilitação profissional do médico ser cassada. Há, portanto, oito ações com esse objetivo sendo analisadas pelo Conselho, sendo que duas delas aguardam o julgamento desde 2014.

Em nota, o Cremesp afirmou que a suspensão pode ser renovada por mais seis meses e que o médico está impedido de trabalhar em todo o território nacional durante este período. “O Conselho reitera ainda que – dentro de suas atribuições institucionais e de acordo com as normas legais – cumpre seu dever de apurar infrações éticas cometidas por médicos, no exercício da profissão, quando oficialmente acionado ou quando os fatos chegam ao seu conhecimento”, informou. 

O Ministério Público de São Paulo abriu um canal de comunicação exclusivo para as vítimas de Maldaun Neto encaminharem as suas denúncias. Os relatos serão todos mantidos em sigilo e podem ser enviados para o e-mail “somosmuitas@mpsp.mp.br”.

Maldaun Neto é um médico conhecido entre celebridades e políticos. O trabalho do nutrólogo com a medicina ortomolecular lhe rendeu reconhecimento internacional e honrarias como a Medalha Anchieta, a maior condecoração concedida na cidade de São Paulo. No Instagram, constam participações em programas de TV e fotos com personagens conhecidos, como os apresentadores Celso Portiolli e Ratinho.

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O especialista teve sua conduta questionada a partir de uma acusação feita em 2014. Segundo a denúncia, Maldaun Neto perguntou sobre a vida sexual da paciente durante a consulta, pediu a mulher que tirasse as roupas e introduziu os dedos em sua vagina. Ao final, abraçou a vítima e disse que ela que poderia conside­rá-lo como um amigo. “Quando cheguei em casa, esfregava o meu corpo com muita força no banho e repetia em voz alta que aquilo não tinha acontecido”, afirmou a acusadora, que não quis se identificar, a VEJA. Foi esse processo que levou à condenação do médico em segunda instância, por 3 votos a 0.

Procurada por VEJA, a defesa de Maldaun Neto alega que só vai se pronunciar nos autos do processo e que “a presunção de inocência do acusado prevalece até o trânsito em julgado da sentença condenatória, o que no caso não ocorreu”.

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