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Cravinhos, ex-Richthofen, é pego vendendo anabolizante na prisão

Pego em flagrante, ele deverá perder o benefício do regime semiaberto, que conquistou em 2013

Por Ullisses Campbell
Atualizado em 4 set 2017, 18h55 - Publicado em 3 set 2017, 17h51

Preso na Penitenciária de Tremembé 2, na Região do Vale do Paraíba, em São Paulo, Daniel Cravinhos, de 36 anos, foi flagrado por agentes penitenciários vendendo anabolizante a outros presos no pátio do regime semiaberto no domingo pela manhã. Cada seringa, segundo o relato de outros presos, é vendida a 100 reais dentro da casa penal.

Daniel, que cumpre pena de 39 anos de prisão por ter participado do assassinato dos pais de Suzane Von Richthofen, em 2002, é um dos que mais malham na penitenciária e os seus músculos crescem a olhos vistos. “Durante o dia, quando não está trabalhando nas oficinas da Funap, ele está fazendo flexões ou paralelas em umas barras instaladas lá dentro”, diz um detento que pediu para não ser identificado. Na cadeia, ele virou uma espécie de personal trainer dos detentos musculosos que compram anabolizantes. Na hora do banho de sol, Daniel costuma reunir outros presos marombados, passar série de treino e acompanhar a atividade física dos seus “alunos”.

Na semana passada, outro preso, conhecido como Nezão, foi flagrado em Tremembé 2 traficando seringas de anabolizantes de uso restrito no pátio do semiaberto. Para se livrar de um castigo mais severo, ele acabou entregando o nome do funcionário da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) que vinha facilitando a entrada das seringas no presídio e revelou ainda os demais presos que compravam e vendiam essas drogas típicas de marombeiros. Após a denúncia de Nezão, o ex-namorado de Suzane foi monitorado e flagrado repassando uma seringa para um outro preso. Já o funcionário foi transferido.

Daniel Cravinhos em uma delegacia em São Paulo - 08/11/2002
Daniel Cravinhos em uma delegacia em São Paulo – 08/11/2002 (Rogerio Cassimiro/Folhapress/VEJA)

Daniel Cravinhos estava preso junto com o seu irmão, Christian Cravinhos, que já passou para o regime aberto.  O ex-namorado de Suzane recebeu no sábado visita da mãe, que chegou a reclamar do exagero dos músculos do filho. Com o flagrante de hoje, Daniel deverá perder o benefício do regime semiaberto, que conquistou em 2013, e ficará ainda sem o seu emprego na oficina da Funap, onde recebe 700 reais por mês para fazer a manutenção das cadeiras escolares. Cabia a ele lixar e pintar as peças. Para cada três dias trabalhados é abatido um dia na pena. Um funcionário da penitenciária confirmou que Daniel foi encontrado com a seringa de anabolizante, mas só saberá o destino dele na segunda-feira, quando será aberta uma sindicância. VEJA entrou em contato com a advogada dos irmãos Cravinhos, Mônica Silva, que disse não ter sido informada do caso.

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Uma outra denúncia que deverá ser investigada pela SAP diz respeito a uma moto de corrida que entrou em Tremembé 2 para que Daniel fizesse a manutenção e pintura. Presos sustentam que ela pertence ao filho de um gerente da Funap que participa de competições. Segundo testemunhas, Daniel deixou a moto feito nova. “Ele é um preso muito querido. Nunca se meteu em confusão”, relata um detento.

Cristian e Daniel confessaram participação na morte de Manfred e Marísia von Richthofen
Cristian e Daniel confessaram participação na morte de Manfred e Marísia von Richthofen (Agliberto Lima/AE/VEJA)

Se perder o benefício do regime semiaberto, Daniel não poderá mais sair em datas especiais para visitar a mulher, Alyne Bento, biomédica de 30 anos, com quem se casou há três anos. Alyne é filha de uma agente penitenciária e foi apresentada a Daniel por um irmão que estava preso suspeito de roubo. A cerimônia de casamento dos dois pombinhos contou com a presença de mais de 100 pessoas e ocorreu dentro de uma igreja evangélica.

Nesta segunda-feira, 4, a SAP informou que ainda não tinha feito registro de indisciplina envolvendo Daniel Cravinhos nem qualquer outro preso.

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