Corrupção: Justiça decreta prisão e pede extradição de Rei Arthur dos EUA
Para encobrir crimes tributários, o empresário Arthur Soares é acusado de pagar 2 milhões de reais a delegado para a compra de franquia de restaurante
A Justiça do Rio de Janeiro decretou a prisão do empresário Arthur César de Menezes Soares, conhecido como Rei Arthur, por corrupção e lavagem de dinheiro. A 1ª Vara Criminal Especializada da Capital também solicitou à Interpol a extradição do réu dos Estados Unidos, onde cumpre prisão domiciliar. Rei Arthur foi condenado pela justiça americana pelo envolvimento no escândalo da compra de votos para o Rio sediar as olimpíadas de 2016.
Na nova denúncia do Ministério Público contra o empresário parceiro do ex-governador Sérgio Cabral, Rei Arthur é acusado de pagar propina para esconder crimes tributários ao delegado Ângelo Ribeiro, que comandou a Delegacia Fazendária, entre 2008 e 2015. Atualmente lotado na Assembleia Legislativa (Alerj), a justiça determinou que Ribeiro seja afastado do cargo.
De acordo com as investigações, Rei Arthur pagou em propina, em agosto de 2014, ao delegado e a mulher dele, Renata Andriola de Almeida, 2 milhões de reais para o casal comprar o restaurante L’Entrecôte de Paris, em Ipanema, endereço nobre da zona sul carioca.
A investigação contra o esquema de corrupção montado pelo empresário com o delegado começou em 2018. Bem longe do Rio, Rei Arthur cumpre prisão domiciliar e tem que prestar 150 horas de serviços à comunidade. No processo na justiça americana, o empresário confessou o crime. Em 2019, Sérgio Cabral disse em depoimento que determinou a Rei Arthur que pagasse 2 milhões de dólares ao senegalês Lamine Diack, membro do Comitê Olímpico Internacional (COI), que teria repassado parte do valor a outros membros africanos do órgão.