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Correa deixa sessão plenária em protesto ao Banco Mundial

Por Da Redação
29 out 2011, 17h05

(Atualiza com declarações do porta-voz do Banco Mundial, Sergio Jellinek, e do presidente da Bolívia, Evo Morales).

Assunção, 29 out (EFE).- O presidente do Equador, Rafael Correa, deixou neste sábado a primeira sessão plenária da XXI Cúpula Ibero-Americana que ocorre em Assunção em protesto pelo discurso da vice-presidente para a América Latina do Banco Mundial, Pamela Cox.

Correa, que anteriormente havia questionado a participação do secretário-geral da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), Ángel Gurría, na sessão, pediu permissão ao presidente do Paraguai, Fernando Lugo, para deixar a sala e não ouvir as palavras de Pamela.

O presidente equatoriano tachou de ‘chantagista’ o Banco Mundial, por ter negado crédito previamente aprovado em 2005 ao seu país, só porque com sua chegada ao poder implementou mudanças na política econômica.

‘O Banco Mundial foi um dos arautos do neoliberalismo na América Latina’, manifestou irritado o líder e em seguida disse que Cox ‘deveria começar seu discurso pedindo desculpas pelo dano que o BM fez à América Latina e ao planeta’.

Em seguida, perguntou: ‘por que temos de receber o Banco Mundial em uma Cúpula Ibero-Americana. Lugo, anfitrião, respondeu de maneira cortês que este é ‘um fórum amplo e aberto’.

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Correa insistiu que na cúpula ibero-americana os líderes não têm por que escutar o Banco Mundial e perguntou: ‘Quando o Banco Mundial vai nos escutar?’.

Após essas palavras, Correa deixou o Salão Principal do Centro de Convenções da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) no qual os líderes e representantes dos 22 países ibero-americanos, incluídos o rei Juan Carlos I e o presidente do Governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, que participam da cúpula.

Nos corredores do centro de convenções, Correa acusou o Banco Mundial de causar um ‘desastre’ com a ‘experiência’ do neoliberalismo.

‘As últimas décadas foram em função do fundamentalismo ideológico do grande capital e os interesses dos países hegemônicos’, acrescentou.

‘Fico preocupado com as intervenções dos países mais desenvolvidos, querendo dar aulas de boas práticas em política econômica’, disse Correa e sugeriu que ‘em reciprocidade, à próxima reunião da OCDE vá um representante latino-americano dar cátedra’.

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Em declarações à Agência Efe, o porta-voz do Banco Mundial para a América Latina, Sergio Jellinek, disse que a instituição não insistirá para que o Governo do Equador se mantenha ao seu lado.

‘Se o Equador não quer trabalhar com o Banco Mundial, é uma decisão soberana do Governo, mas também não vamos implorar para que trabalhem conosco’, afirmou.

Jellinek se disse surpreso pelo que chamou de ‘ataque pessoal’ de Correa a Cox e acusou o líder de viver no passado por criticar um incidente que o banco já havia dado como encerrado e acreditava que os equatorianos tinham feito o mesmo.

O porta-voz considerou que, com o gesto do presidente equatoriano, o paraguaio Fernando Lugo ‘ficou um pouco fora de lugar’, e questionou o sentido desses incidentes em reuniões como as cúpulas ibero-americanas.

De acordo com Jellinek, o BM ‘não tem preconceito sobre com quem trabalha e com quem não e colabora com os países, independentemente de quem esteja no Governo’.

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O presidente da Bolívia, Evo Morales, saiu em defesa de Correa e também criticou o Banco, que para ele tem que ressarcir a América Latina ‘pelos danos causados com suas políticas neoliberais’. EFE

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