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Coronel da PM que não conteve invasão na Alerj é exonerado

Informação nos bastidores da PM é de que o pedido de afastamento partiu do presidente da Casa, deputado Jorge Picciani

Por Leslie Leitão 10 nov 2016, 19h07

Vinte e quatro horas após servidores da segurança pública – bombeiros, agentes penitenciários, policiais civis e militares – invadirem a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), o comandante do Batalhão de Grandes Eventos, coronel Rodrigo Sanglard foi exonerado. Sua tropa era a responsável por proteger as entradas da casa, mas os policiais pouco fizeram para impedir a invasão de mais de uma centena de pessoas. O site de VEJA apurou que uma enorme pressão política causou a saída do oficial do BPGE. Nos corredores da corporação, a informação é de que o pedido teria partido do próprio presidente da Alerj, deputado Jorge Picciani, numa conversa com o secretário de segurança, Roberto Sá. Em uma carta de despedida, o próprio coronel atribuiu sua saída ao presidente do PMDB fluminense.

Além de Picciani, o próprio governador, Luiz Fernando Pezão, e outros integrantes da cúpula do Palácio Guanabara se mostraram insatisfeitos com a atitude dos servidores da segurança que resolveram invadir a Alerj na tarde de terça-feira. A sala da vice-presidência da casa foi completamente destruída por um pequeno grupo de invasores e um inquérito para apurar as responsabilidades foi instaurado na 4aDP (Central).

O tenente-coronel Rubens Castro Peixoto Júnior assumiu o comando do Batalhão de Grandes Eventos. A PM informa, através de nota, que “o comandante-geral da Polícia Militar, Coronel Wolney Dias, por questões estratégicas e objetivando oxigenar BPGE, decidiu exonerar o Comandante”.

Em uma carta divulgada através de grupos de WhatsApp, o coronel Rodrigo Sanglard falou sobre o episódio que resultou na sua saída. Em um dos trechos, apesar de não ter citado Picciani nominalmente, fez uma clara menção: “Hoje transmito o comando do BPGE, sem nenhum absurdo ou arbitrariedade, cumpro uma ordem totalmente legal! Estamos conscientes de que os motivos estão relacionados aos acontecimentos do dia 8 de novembro, que superaram negativamente as expectativas das autoridades relacionadas e com competência direta ao assunto. De fato nós também não queríamos acreditar que uma manifestação, que era para ser pacífica, evoluísse para uma invasão ao plenário da Alerj. O dano causado ao patrimônio público da Alerj incomodou sobremaneira o Sr. Presidente daquela Casa Legislativa, bem como foi amplamente divulgado pela mídia. Independente de valores, são bens materiais que podem ser substituídos. Na nossa visão de gestores de segurança em grandes eventos, onde estão inseridas as manifestações, avaliamos que o dia se encerrou com um grande e absoluto sucesso”, disse o coronel.

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Sanglard ainda detalhou questões da operação de terça-feira para justificar o sucesso é disse que sua decisão poupou vidas: “Éramos 340 PMs, distribuídos em diversas formas de policiamento, onde o BPGE era o protagonista principal. Entre os manifestantes que totalizavam o número compreendido entre 10 e 12 mil, PMs, BMs (bombeiros), PCs (policiais civis) e CEAPs (agentes penitenciários) predominantemente. Arrisco um palpite de que havia pelo menos mil pessoas armadas. E, por volta das 17:30h, depois de todos os acontecimentos desagradáveis, encerramos nossas atividades com o admirável número de zero policiais e zero manifestantes mortos ou feridos. Nós consideramos isso um sucesso absoluto! Mas outros se preocupam mais com mesas, cadeiras e computadores. Será que alguma entidade ligada aos direitos humanos fará alguma referência elogiosa a isto?! Creio que não”, escreveu o oficial exonerado.

O detalhe é que, além da falta de uma ação enérgica do BPGE – que de fato poderia, sim, ter causado uma grande tragédia – o Batalhão de Choque também se recusou a atuar. A unidade chegou a ser acionada no início da tarde, mas as equipes não deixaram o quartel. Um novo protesto está sendo marcado para o próximo dia 16, na porta da Alerj mais uma vez.

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