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Vídeo: Conta de Lula era de R$ 40 milhões, diz Odebrecht

Em depoimento ao juiz Sergio Moro, Marcelo Odebrecht revelou que a conta “Amigo” foi aberta para pagar despesas de Lula quando ele deixou a Presidência

Por Rodrigo Rangel Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Robson Bonin Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 12 abr 2017, 17h38 - Publicado em 12 abr 2017, 11h47

Em depoimento ao juiz Sergio Moro, o empreiteiro Marcelo Odebrecht revelou como foi criado o esquema clandestino de financiamento das demandas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no famoso “Departamento de Operações Estruturadas” da empreiteira. Além de confirmar que “Amigo” era mesmo o codinome de Lula no sistema, o empreiteiro revelou que, logo depois de o petista deixar o poder, em dezembro de 2010, ele combinou com o ex-ministro Antonio Palocci a reserva de 40 milhões de reais em propinas para atender “demandas de Lula” (ouça a gravação a partir do minuto 20).

“Tinha um saldo de uns 40 milhões [na conta do PT com a Odebrecht]. Aí o que eu combinei com o Palocci? Vai mudar o governo, vai  entrar a Dilma […] A gente sabia que ia ter demandas de Lula, por uma questão do instituto, para outras coisas. Então o que a gente disse foi o seguinte: ‘Vamos provisionar uma parte desse saldo, e então botamos 35 milhões no saldo amigo, que é Lula, para uso que fosse orientação de Lula, porque a gente entendia que Lula ainda ia ter influência no PT’”, disse Marcelo Odebrecht a Moro na segunda-feira. “Como era uma relação nossa com a Presidência (da República), PT, com Lula, tudo se misturava. Então a gente botou 40 milhões para atender demandas que viessem de Lula”, complementou Odebrecht.

Na manhã desta quarta-feira, Moro retirou o sigilo dos depoimentos prestados na audiência do processo que investiga o ex-ministro Antonio Palocci. Além de explicar como foi criada a conta “amigo”, o empreiteiro Marcelo Odebrecht detalhou como se dava o recebimento das demandas por parte de Lula e a consequente liberação do dinheiro pelo departamento de propinas: “Teve alguns em que o pedido era feito e saía via espécie, aí Palocci pedia pra descontar do saldo amigo. Então quando ele pedia para descontar do saldo amigo, eu sabia que ele estava se referindo a Lula, mas eu não tinha como comprovar.”

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Marcelo Odebrecht citou a compra de um terreno em São Paulo para a construção do que seria a nova sede do Instituto Lula como um exemplo de despesa custeada pela conta “amigo”, que seria de conhecimento de Lula. “As duas únicas comprovações que eu teria de que Lula de certo modo tinha conhecimento dessa provisão foi quando veio o pedido para a compra do terreno do instituto IL (Instituto Lula), eu não consigo me lembrar se foi via Paulo Okamotto ou via Bumlai [pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de Lula], foi um dos dois, mas com certeza depois eu falei com os dois. Eu deixei bem claro que se eu fosse comprar o terreno sairia do valor provisionado”, disse Odebrecht.

O empreiteiro também afirmou que acertava com Palocci as principais demandas de Lula e que o ex-presidente evitar tratar de dinheiro em conversas pessoais: “Lula nunca me pediu [a reserva do dinheiro] diretamente. Essa informação eu combinei via Palocci. Óbvio que ao longo de alguns usos ficou claro que era realmente pro Lula.”

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