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Como ele gosta: Paes cola à sua imagem o lado bom da Rio-2016

O prefeito do Rio, que andou de ônibus e de balão, que sambou e rasgou elogios a seu candidato, acabou crescendo com a Olimpíada

Por Cecília Ritto e Thiago Prado
Atualizado em 10 dez 2018, 10h17 - Publicado em 19 ago 2016, 23h11

Em 2012, a Olimpíada de Londres expôs ao mundo um prefeito com afeição por holofotes e sem medo do ridículo. O excêntrico Boris Johnson debochou de políticos, deslizou em uma tirolesa e colheu aplausos. Nada diferente era esperado do alcaide carioca de língua solta Eduardo Paes, que andava em baixa. Ele estreou mal. Quando atletas australianos se queixaram das precárias instalações que encontraram na Vila dos Atletas, Paes ofereceu a eles, em tom de galhofa (aquele mesmo), um canguru. Saiu do centro do picadeiro por uns dias para voltar com tudo, à la Boris: rodou a cidade em transporte público, passeou de balão sobre o Centro renovado e desfilou, bebendo cerveja, com a bateria da escola de samba da Mangueira no Parque Olímpico — a “nossa Disney”, definiu.

A estratégia, como mostra a história, sempre dá certo. Deu certo com Cesar Maia, quando recebeu os Jogos Pan-Americanos, em 2007. Nas pesquisas antes da Olimpíada de agora, o prefeito não passava de 18% na faixa de ótimo e bom. Mas o jogo melhorou. Levantamento do Instituto Ideia a que VEJA teve acesso mostra que ainda no meio da maratona olímpica o índice subira para 28%. Regular bateu em 44%; ruim ou péssimo, 28%. A própria percepção da Olimpíada pelos cariocas virou: 60% eram contra antes, 60% são a favor agora. Surfando na onda de boa vontade popular, Paes descolou-se dos problemas e grudou à sua imagem o lado bom da festa.

VEJA acompanhou o prefeito ao longo de um dia na semana passada. Ele atendeu a pedidos de selfie e interagiu a seu modo com a massa. “Entra aí, gente”, apressava na entrada do ônibus em que viajava. “Faz bonito aí para os gringos não reclamarem de mim”, disparou para operários de uma obra. A temporada olímpica teve mais. Paes pegou a tocha no começo do revezamento no Rio (o que estava previsto) e saiu correndo com ela (o que o regulamento dos Jogos não permite, pelo tom de exploração política do gesto). Foi repreendido por um juiz eleitoral, o mesmo que abriu um procedimento para multá-lo por propaganda indevida. Na internet, o prefeito publicou post elogioso a Pedro Paulo Carvalho, ex-secretário do governo a quem atribuiu o mérito de ajudar a pôr os Jogos de pé.

Paes planeja fazê-lo seu sucessor nas eleições de outubro. Antes de engatar um período nos Estados Unidos como professor na Universidade Columbia e possivelmente consultor do Banco Interamericano de Desenvolvimento, vai tentar repassar os ganhos de agora ao braço-direito. Imediatamente, porém, ele ainda está fixado na Olimpíada. “Perguntaram se eu queria aparecer no telão do Maracanã, na cerimônia de encerramento. Não só quero como podem me anunciar em todas as línguas”, brinca, dando uma cutucada final no interino Michel Temer. “Não estou nem aí para vaias.”

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https://www.youtube.com/watch?v=uyLV3CiuAng

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