Comandante das UPPs se fere em tiroteio na Rocinha
Policiais dos batalhões de Choque e de Operações Especiais (Bope) fazem neste domingo incursões no morro em busca de traficantes
O comandante das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) do Rio, coronel Frederico Caldas, ficou ferido durante novo tiroteio ocorrido no fim da manhã deste domingo na Favela da Rocinha, em São Conrado, na zona sul. De acordo com o comando das UPPs, Caldas “caiu e bateu a cabeça quando tentava se abrigar”. A corporação afirma que o coronel “se feriu por conta da queda, e não por estilhaço ou por disparo de arma de fogo”.
Um jornal comunitário da Rocinha chegou a divulgar no Facebook, por volta de 12h40, que Caldas e a comandante da UPP local, major Priscila de Oliveira, tinham sido baleados quando se preparavam para dar uma entrevista. A Assessoria de Imprensa das UPPs negou, inicialmente, a informação sobre o ferimento de Priscila. Mas, depois, confirmou que ela sofreu escoriações no pulso esquerdo. Caldas foi levado para o Hospital Central da Polícia Militar e ainda não há informações sobre o estado de saúde do coronel.
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Policiais dos batalhões de Choque e de Operações Especiais (Bope) fazem neste domingo incursões no morro em busca de traficantes. De acordo com a PM, traficantes rivais entraram em confronto por volta de 3h30. Em seguida, houve tiroteio entre criminosos e policiais da UPP da favela. Dois homens ainda não identificados foram baleados. O Túnel Zuzu Angel, que liga os bairros de São Conrado e Gávea, na zona sul, foi fechado com barricadas de pneus em chamas. Assustados, moradores eram obrigados a voltar pela contramão. Um carro da PM foi atingido por tiros e sedes da UPP foram atacadas.
Acionado, o Batalhão de Operações Especiais da PM chegou à Rocinha por volta das 5 horas. Transformadores de energia foram atacados durante o confronto e trechos da favela continuavam sem luz até o fim da manhã.
A UPP da Rocinha foi inaugurada em 20 de setembro de 2012, mas os confrontos entre PMs e traficantes têm sido cada vez mais frequentes. Em julho do ano passado, o ajudante de pedreiro Amarildo de Souza foi morto sob tortura por policiais da UPP após ser detido “para averiguação”, apontou investigação da Polícia Civil. O corpo do morador nunca apareceu.
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(com Estadão Conteúdo)