Com mais quartos, hotéis do Rio tiveram ocupação menor na virada do ano
Apesar de o número de visitantes na cidade ter permanecido estável, setor hoteleiro operou com taxas mais baixas de reservas
A ocupação média dos hotéis no Rio de Janeiro na última virada de ano foi de 86,1%, o que representa queda de 6 pontos percentuais em relação ao réveillon 2012/2013. Os dados são da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio (ABIH-RJ). Segundo a entidade, a maior redução da taxa de ocupação ocorreu em hotéis do centro (de 93,6% para 82,9%), seguida de Leme/Copacabana (de 99,5% para 94,2%). Já o número de turistas manteve-se praticamente estável: foram 767.000 neste ano, frente aos 752.000 no réveillon 2012/2013 (alta de 1,9%).
Cerca de 72% dos visitantes são brasileiros, sendo a maioria paulistas e mineiros. Segundo a Empresa Municipal de Turismo (Riotur), os turistas deixaram na cidade na última virada 614 milhões de dólares, frente a 557 milhões de dólares no réveillon de 2013.
“A queda da taxa de ocupação deve-se ao aumento da oferta de hospedagem na cidade, normal em cidades que receberão grandes eventos como a Copa do Mundo e a Olimpíada. Além de quartos de hotéis, também crescem aluguéis de apartamentos por temporada e também apartamentos em comunidades pacificadas”, explicou Alfredo Lopes, presidente da ABIH-RJ.
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De acordo com Lopes, a cidade vai ganhar 6.800 novos quartos este ano e 14.000 até os Jogos Olímpicos de 2016. Em comparação com o total existente até 2009, a ampliação da oferta será de 48%. Apesar do crescimento, Lopes considera tímida a presença de turistas estrangeiros na cidade. “Ainda estamos bastante acanhados no mercado internacional. A Embratur comemorou recentemente que o país atingiu 6 milhões de turistas estrangeiros. Não chega nem perto do que Paris ou Barcelona recebem sozinhas. Precisamos ampliar a divulgação do destino Brasil e Rio em outros mercados. Somos muito concentrados nos EUA e em parte da Europa”.
Lopes criticou a falta de estrutura das delegacias de Copacabana para atender as vítimas de furtos ou roubos no réveillon. O presidente da ABIH-RJ também defendeu o aumento do número de banheiros químicos e de ônibus e táxis após a queima de fogos. Muitas pessoas reclamaram que passaram horas em filas. “Tem sempre o problema do xixi. E ainda falta melhorar muito a saída de Copacabana. Tem que melhorar o escoamento das pessoas. É complicado em qualquer cidade que recebe 2 milhões de pessoas numa só região, mas precisamos ter criatividade. Mas a festa foi muito bonita”, avaliou.
A Riotur informou que vai aumentar a quantidade de banheiros químicos no próximo réveillon em Copacabana, mas não informou o número. Este ano havia apenas 300 banheiros para atender a multidão.
(Com Estadão Conteúdo)