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Com 7 Estados e comando do Congresso, PMDB sai fortalecido

Partido elegeu governadores no RJ, Rio Grande do Sul, Rondônia, Alagoas, Sergipe, Tocantins e Espírito Santo. Pior desempenho da oposição foi do DEM

Por Felipe Frazão 27 out 2014, 10h27

O PMDB saiu das eleições de 2014 como o maior partido do país em Estados administrados – também possui o maior número de municípios e de parlamentares no Congresso Nacional – e um aliado mais do que fundamental para a presidente reeleita Dilma Rousseff (PT) em seu segundo mandato. O partido comandado pelo vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), emplacou sete governadores, a maior quantidade entre as nove legendas que elegeram governantes neste ano. Em 2012, o PMDB já havia deixado as urnas com o maior número de prefeitos (foram 1.019 ao todo), o que lhe conferiu uma capilaridade singular.

Governadores eleitos em 2014

Acre: Tião Viana (PT)*

Alagoas: Renan Filho (PMDB)

Amazonas: José Melo (Pros)

Amapá: Waldez Góes (PDT)

Bahia: Rui Costa (PT)

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Ceará: Camilo Santana (PT)

Distrito Federal: Rodrigo Rollemberg (PSB)

Espírito Santo: Paulo Hartung (PMDB)

Goiás: Marconi Perillo (PSDB)*

Maranhão: Flávio Dino (PCdoB)

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Minas Gerais: Fernando Pimentel (PT)

Mato Grosso do Sul: Renato Azambuja (PSDB)

Mato Grosso: Pedro Taques (PDT)

Pará: Simão Jatene (PSDB)*

Paraíba: Ricardo Coutinho (PSB)*

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Pernambuco: Paulo Câmara (PSB)

Piauí: Wellington Dias (PT)

Paraná: Beto Richa (PSDB)*

Rio de Janeiro: Luiz Fernando Pezão (PMDB)*

Rio Grande do Norte: Robinson Faria (PSD)

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Rondônia: Confúcio Moura (PMDB)*

Roraima: Suely Campos (PP)

Rio Grande do Sul: José Ivo Sartori (PMDB)

Santa Catarina: Raimundo Colombo (PSD)*

Sergipe: Jackson Barreto (PMDB)*

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São Paulo: Geraldo Alckmin (PSDB)*

Tocantins: Marcelo Miranda (PMDB)

*reeleitos

A sigla só não tem hegemonia no eleitorado governado porque os Estados mais populosos do país elegeram tucanos e petistas. Os sete governadores peemedebistas -José Ivo Sartori (RS), Luiz Fernando Pezão (RJ), Confúcio Moura (RO), Paulo Hartung (ES), Renan Filho (AL), Marcelo Miranda (TO) e Jackson Barreto (SE) – governarão a partir de janeiro 28,7 milhões de eleitores – 20,15% do total no país. O PSDB, vencedor em São Paulo, administrado pelo governador Geraldo Alckmin, terminou com eleitorado governado que ultrapassa 51 milhões de pessoas – o equivalente a 35,84%. Embora o resultado tucano seja inferior ao atingido em 2010, ainda é o mais relevante no cenário nacional. O PT, com a vitória de Fernando Pimentel em Minas Gerais, atingiu 24,19% – com 34,5 milhões de eleitores.

Os dois maiores partidos do país, PMDB e PT, foram os que mais cresceram na divisão estadual nas eleições de 2014. Partidos da base da presidente reeleita Dilma em geral governarão a partir de janeiro dezenove Estados, enquanto a oposição governará sete Estados e o Distrito Federal. Apesar de ter seu quadro de governadores reduzido de oito para cinco, o PSDB ainda manteve o maior eleitorado sob administrações tucanas por causa da vitória em São Paulo, onde vivem quase 32 milhões de eleitores. O partido governará 35,84% dos eleitores com Simão Jatene (PA), Marconi Perillo (GO), Reinaldo Azambuja (MS), Beto Richa (PR) e Geraldo Alckmin (SP).

O PMDB também controla as duas Casas Legislativas do Congresso Nacional, com a presidência do Senado e da Câmara dos Deputados. O partido possui 84 parlamentares, sendo dezoito senadores e 66 deputados federais. A sigla será fundamental, por exemplo, para o controle da sequência da CPMI da Petrobras – o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) é presidente da comissão; e líderes do partido foram citados como beneficiários do esquema pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, conforme revelou VEJA.

O fiel da balança nas votações mais importantes para o Planalto, o partido tentará manter as duas presidências, mas ao menos na Câmara deve haver rusgas internas pela sucessão de Alves. Candidato derrotado ao governo do Rio Grande do Norte, o deputado guarda mágoas do PT na campanha. Mais influente cabo eleitoral no Nordeste, o ex-presidente Lula deu apoio público, com uma gravação para o horário eleitoral na TV, ao adversário de Alves, Robinson Faria (PSD), eleito governador. Alves está em fim de mandato e não seguirá na Câmara no ano que vem. A bancada do PMDB tenta emplacar o líder do partido, Eduardo Cunha (RJ), como o próximo presidente da Casa. Cunha tem péssimas relações com a presidente Dilma e articulou a rebelião na base aliada no ano passado. Apesar do apoio da bancada peemedebista, o deputado carioca não deve ter o aval de Temer, fortalecido pela reeleição da aliança com o PT.

A vitória de Dilma era uma questão de sobrevivência para o grupo político de Michel Temer. Aliados próximos ao vice-presidente reeleito afirmam que ele não aceitará o nome de Cunha como o indicado do partido para a Câmara. Caso Aécio fosse eleito, e não Dilma, Temer perderia espaço na negociação, e aumentariam as chances de os deputados emplacarem Cunha no comando da Câmara. A vitória de Temer evitou que peemedebistas como o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que se fortaleceu ao eleger o filho Renan Filho (PMDB) governador de Alagoas, amplificassem sua influência regional no jogo de forças interno.

O partido também deverá passar por mudanças internas. A convenção nacional da sigla foi postergada para o próximo ano. Temer, que reassumiu a presidência do PMDB para rodar o país na campanha eleitoral avaliar as divergências regionais, deve liderar uma espécie de enxugamento do partido, dando liberdade para rebeldes e insatisfeitos deixarem a legenda, até mesmo sem questionar os mandatos. Temer quer afastar do PMDB a pecha de fisiologista, e prega união do partido contra a classificação de um agrupamento de caciques locais com interesses difusos.

Eleitorado balanço Estados 2º turno
Eleitorado balanço Estados 2º turno (VEJA)

Ele fala em “centralização” de poder depois de ver o partido se coligar com o PSDB em Estados-chave como Rio de Janeiro, Pernambuco e Bahia. No Rio Grande do Sul, por exemplo, o governador eleito José Ivo Sartori (PMDB), recebeu apoio do candidato derrotado à Presidência Aécio Neves (PSDB) no segundo turno e derrotou o atual governador, Tarso Genro (PT). O racha na convenção que aprovou a reedição da aliança com Dilma e o fato de o partido ter dividido a coligação com o PT em apenas dez Estados (com o PSDB foram nove) mostram que a unidade ainda é algo distante, e que os entraves ao governo Dilma podem continuar a ser gestados nas fileiras de seu aliado preferencial.

Legendas – O pior desempenho da oposição foi o do DEM, que sumiu do mapa estadual brasileiro. O PSB amargou o segundo pior desempenho, com a perda de metade de seus governadores e também de metade do eleitorado que governava antes. Apenas três pessebistas se elegeram: Rodrigo Rollemberg (DF), Ricardo Coutinho (PB) e Paulo Câmara (PE). O trio governará só 7,7% do eleitorado nacional.

Fundado em 2011 pelo ex-prefeito paulistano Gilberto Kassab, o PSD conseguiu eleger no segundo turno o então vice-governador Robinson Faria, no Rio Grande do Norte. Faria é o segundo governador eleito pelo partido em seu primeiro teste nas urnas. No primeiro turno, o partido de Kassab havia reeleito governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, que se filiou ao partido ao sair do DEM.

O grupo político do ex-presidente e senador José Sarney (PMDB), derrotado no Maranhão, conseguiu uma única vitória no Amapá. Aliado do quase “ex-senador” Sarney, que está prestes a se aposentar, o ex-governador Waldez Góes (PDT) conseguiu voltar ao governo do Estado. Góes, que chegou a ser preso pela Polícia Federal em 2010, impôs uma expressiva derrota a Camilo Capiberibe (PSB), atual governador. Além dele, o PDT também elegeu o senador Pedro Taques no Mato Grosso, ainda no primeiro turno.

O Pros reelegeu o atual governador José Melo no Amazonas. E o PP derrotou o governador de Roraima, Chico Rodrigues (PSB), com uma candidata substituta, Suely Campos, mulher do ex-governador “ficha-suja” Neudo Campos.

Mapa eleitoral Estados 2014 2º turno
Mapa eleitoral Estados 2014 2º turno (VEJA)
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