Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

CNJ vai investigar se houve má-fé em precatórios de SP

Por Da Redação
2 mar 2012, 18h36

Por Anne Warth

São Paulo – A corregedora nacional do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministra Eliana Calmon, disse hoje que o órgão vai investigar se houve má-fé, por parte do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), no atraso do pagamento de precatórios de credores municipais e estaduais de São Paulo. De acordo com reportagem publicada, na edição de hoje, do jornal O Estado de S. Paulo, apenas 20% do montante depositado pela Prefeitura de São Paulo, entre dezembro de 2009 e fevereiro de 2012, em conta do Tribunal de Justiça, foi pago aos credores. Ao todo, segundo a Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional São Paulo (OAB-SP), a Prefeitura de São Paulo depositou R$ 1,17 bilhão e o governo de São Paulo depositou R$ 1 bilhão.

“Vamos verificar se a demora no pagamento dos precatórios pelo TJ-SP é de má-fé ou de boa-fé”, afirmou. A ministra esteve hoje na sede do TJ-SP, na capital paulista, e se reuniu com o presidente do órgão, o desembargador Ivan Sartori. Segundo a corregedora, é preciso aguardar as investigações do CNJ antes de proferir uma opinião. Ela informou que um software será criado para gerir todas as operações de pagamento e que, por meio desse programa, será possível avaliar o motivo do atraso. “Até agora, me parece uma dificuldade operacional, em razão do volume muito grande de depósitos judiciais”, afirmou. “Como sempre, eu sou a primeira a cobrar os tribunais.”

Ela informou também que, em 14 de março, vai se reunir, na sede do CNJ, com membros da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Banco do Brasil e Caixa, além do corregedor da Justiça Federal e conselheiros, para esclarecer a questão, que está ligada à Resolução 123 do CNJ, artigo oitavo, que autoriza o rateio entre os tribunais do rendimento dos depósitos enquanto não são liberados aos credores. De acordo com o presidente do TJ-SP, esse dinheiro é utilizado para melhorias na corte, que se refletem no atendimento ao cidadão. Ele explicou que as receitas referentes aos spreads desses depósitos são repassadas a um fundo gestor do TJ-SP, que hoje acumula um saldo de R$ 1,2 bilhão.

Para se ter uma ideia, o orçamento anual do TJ-SP de 2012 é de R$ 6,8 bilhões. “Esse fundo tem mais de dez receitas e, se não me engano, o dinheiro que vem dos spreads é a menor delas”, afirmou, comprometendo-se a levantar os valores exatos. De acordo com o desembargador, 70% da verba do fundo já está comprometida em custeio e investimento do TJ-SP. “Esse spread não vem para o Judiciário, ele vem a favor do povo”, ressaltou, acrescentando que todos os tribunais de justiça do País recebem receitas provenientes dos spreads. O desembargador também negou que o órgão fique com os juros e a correção monetária referentes a esses depósitos.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.