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China conta agora com mais população urbana que rural

Por Por Sébastien Blanc
17 jan 2012, 10h03

O número de habitantes das cidades na China supera agora em número, pela primeira vez, o de moradores das zonas rurais, informou nesta terça-feira o governo.

No fim de 2011, o país mais povoado do mundo tinha 690,79 milhões de pessoas nas cidades, contra 656,56 milhões de pessoas no campo, indicou o Escritório Nacional de Estatísticas (ENE).

Os habitantes das cidades representam agora 51,27% da população total, que é de 1,347 bilhão de habitantes.

A população urbana da China deve subir a 800 milhões de pessoas em 2020, segundo um informe governamental publicado em outubro de 2011.

A China vive uma aceleração da urbanização e um êxodo rural em massa, induzido pela descoletivização da agricultura, a industrialização do país e a atração das cidades pela mão de obra de baixo custo.

Segundo o ENE, a quantidade de habitantes nas zonas urbanas conheceu uma alta de 21 milhões de pessoas por ano, enquanto nas zonas rurais caiu 14,5 milhões.

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Esta tendência se acelerou nos últimos vinte anos. Segundo o Centro de Pesquisas sobre o Desenvolvimento e a População na China, a população urbana do país era de 26% em 1990 e de 36% em 2000.

O peso da população urbana continuará crescendo para alcançar os 800 milhões de pessoas em 2020, segundo um relatório governamental publicado em outubro de 2011. Ou seja, mais de 100 milhões de habitantes se mudarão para as cidades quando terminar a década.

Para 2025, consultora McKinsey & Company prevê que a China terá 221 cidades com ao menos um milhão de habitantes e 23 cidades com mais de cinco milhões. A modo de comparação, na Europa há menos de 40 cidades com um milhão de habitantes ou mais.

“A urbanização é um processo irreversível”, afirmou Li Jianmin, um especialista em demografia da Universidade de Nankai.

“Nos próximos vinte anos, a população urbana chinesa alcançará 75% da população total. Isso terá inevitavelmente consequências muito importantes sobre o meio ambiente e o desenvolvimento sócio-econômico da China”, comentou.

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O ritmo desenfreado do crescimento urbano acarreta uma demanda colossal em termos de infraestruturas, transporte, tratamento de água etc.

A rápida urbanização cria, além disso, tensões. Quando a população rural se instala nas cidades, não se beneficia dos mesmos direitos, especialmente em termos de acesso aos serviços sociais, de saúde e educação, como os cidadãos que possuem um certificado de residência oficial.

A situação é particularmente tensa nas regiões onde os imigrantes – cuja cifra é superior aos 220 milhões – representam uma parte importante ou, inclusive, a maioria da população.

Enquanto inúmeras pequenas ou médias cidades continuam incentivando o êxodo rural, as megalópoles promovem uma política inversa.

“As grandes cidades como Pequim e Xangai já estabeleceram claramente que desejam frear o aumento de sua população”, assegurou Li Jianmin.

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Comparado a outros países, a China conseguiu a melhor integração urbana de milhões de habitantes provenientes de zonas rurais, assinalaram outros especialistas que enfatizam a ausência de vastas favelas como na Índia ou na América do Sul.

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