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Cheiro forte leva polícia à maior apreensão de maconha da história do país

Agentes da PRF receberam dica de investigadores em Ponta Porã, driblaram 'olheiros' na estrada e perceberam a carga ilícita pelo forte odor da droga

Por Eduardo Gonçalves Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 22 Maio 2020, 13h23 - Publicado em 21 Maio 2020, 14h01

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Polícia Federal (PF) precisaram de mais de 6 horas e seis homens para pesar as mais de 28 toneladas de maconha encontradas em uma carga de milho no Mato Grosso do Sul – a maior apreensão da história do país.

Por volta das 9h30 desta quarta-feira, dia 20, os agentes mandaram parar uma carreta nova ano 2020 na altura da cidade de Iguatemi (MS), próxima à fronteira com o Paraguai. Assim que os agentes chegaram perto do caminhão, o odor da droga despertou suspeitas.

“O cheiro estava exalando forte, de tanta de maconha que tinha”, descreveu o inspetor-chefe da PRF em Dourados Waldir Brasil Junior. O motorista de 38 anos, que não tinha nenhuma passagem pela polícia, ainda tentou engabelar mostrando a nota fiscal com a carga lícita de milho que, de fato, estava transportando. Espetando uma lança de ferro, os agentes, no entanto, logo perceberam que havia algo mais denso dentro – eram fardos de maconha já prensados que vinham direto do Paraguai. Havia 6 toneladas de milho para 28 de maconha.

Segundo apurações da PF e PRF, as autoridades paraguaias suspenderam ações de repressão à droga que costumam ocorrer entre março e abril, meses da safra de maconha, em função das medidas de contenção ao coronavírus. O resultado foi que, em meio à pandemia, os depósitos do tráfico encheram de droga. E agora eles tentam escoar em direção aos grandes centros urbanos do Brasil. Só neste ano, no Mato Grosso do Sul, já foram apreendidas 45 toneladas de droga. Em 2019, foram 28 toneladas – ou seja, 60% de aumento.

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“Os estoques estão bufando e eles têm que escoar. Nessa ação que nós pegamos eles arriscaram tudo pela quantidade de droga encontrada”, disse o inspetor. Para conseguir fazer o flagrantes, os agentes tiveram que driblar os “olheiros”, homens contratados pelo tráfico que se escondem à margem das estradas e informam os motoristas se o caminho está “livre” – ou seja, sem fiscalização.

A operação começou com uma dica de investigadores da Polícia Federal, que desconfiaram do motorista que, no dia anterior, ficou hospedado em um hotel em Ponta Porã, município que faz fronteira com Pedro Juan Caballero, no Paraguai. “Ele parecia muito nervoso, batia nos carros como se estivesse esperando alguém chegar”, explicou o superintendente da Polícia Federal no Mato Grosso do Sul, Cleo Mazzoti. Os agentes levantaram o nome e o ofício do condutor e as suspeitas aumentaram quando descobriram que ele tinha um caminhão graneleiro, que transporta grãos – o preferido entre os traficantes.

À polícia, o motorista contou a história que a maioria dos caminhoneiros conta quando são flagrados com entorpecentes. Na semana passada, ele levara uma carga de bolacha a uma cidade no interior do Mato Grosso do Sul. Lá, foi abordado por um traficante que lhe ofereceu 40.000 reais para levar a maconha até São Leopoldo, no Rio Grande do Sul. Um frete de mercadoria lícita custa em média 3.000 reais, treze vezes menos do que oferece o crime organizado. Ele aceitou o trabalho e foi preso ontem pelo crime de tráfico de drogas.

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Nesta quinta-feira, dia 21, o presidente Jair Bolsonaro fez uma publicação no Twitter sobre a “maior operação da história do Brasil”. A PF abriu um inquérito para investigar quem era o dono da droga. Pela grande quantidade, a suspeita é que não pertencia a apenas uma facção, mas a um consórcio de organizações criminosas.

 

 

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