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Cerca de 20% do Brasil é queimado ao menos uma vez por ano desde 1985

Estudo mostra que quase dois terços são áreas de vegetação nativa; cerrado e Amazônia concentram a maior área atingida

Por Da Redação 15 ago 2021, 23h01

Um levantamento recente mostra que quase 20% do Brasil pegou fogo ao menos uma vez entre 1985 e 2020. Parte de uma série intitulada Brasil Revelado 1985-2020, a pesquisa integra uma coleção de mapas de cobertura e uso da terra compilado pela MapBiomas. Trata-se de uma iniciativa do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa do Observatório do Clima, produzido por uma rede colaborativa formada por ONG’s, universidades e empresas de tecnologia.

Resultado do mapeamento histórico das cicatrizes do fogo no Brasil, o estudo gerou um abrangente banco de dados sobre áreas queimadas e incêndios florestais no país, com dados inéditos. Descobriu-se que o Brasil queima área superior a uma Inglaterra todo ano desde 1985 até o ano passado, período analisado pela plataforma. Ao todo, quase um quinto do território nacional ardeu no período. Quase dois terços são áreas de vegetação nativa. Cerrado e Amazônia concentram a maior área atingida.

Para chegar a esses dados, a MapBiomas analisou imagens de satélites entre 1985 e 2020. Todos os anos ao longo desse período, o Brasil queimou 150.957 km², ou 1,8% de sua área total. O acumulado chega a 1.672.142 km², ou 19,6% do país. Quase dois terços (65%) dos incêndios ocorreram em áreas de vegetação nativa, sendo que o cerrado e a Amazônia concentram 85% de toda a área queimada pelo menos uma vez. No caso do cerrado, o acumulado desde 1985 equivale a 45 vezes a área do município de São Paulo.

“Saímos de menos de 200 mil km² de área queimada em 1985 para chegar perto de 1,7 milhão de km² acumulados em 2020, o que equivale a quase 20% do território nacional queimando pelo menos uma vez nesse período”, explica em um comunicado Ane Alencar, Coordenadora do Mapbiomas Fogo. “Outro dado preocupante é que cerca de 61% das áreas afetadas pelo fogo entre 1985 e 2020 foram queimadas duas vezes ou mais, ou seja, não estamos falando de eventos isolados. No caso da Amazônia, 69% do bioma queimou mais de uma vez no período, sendo que 48% queimou mais de três vezes.”

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A análise por bioma mostra que o Pantanal é o que mais queimou nos últimos 36 anos: 57% de seu território ardeu pelo menos uma vez no período, ou 86.403 km². Ele é seguido pelo cerrado (733.851 km², 36%) e pela Amazônia (690.028 km², 16,4%). Na média anual, porém, o cerrado assume a liderança, com 67.833 km² ao ano – mais que a Amazônia, cuja média ficou em 64.955 km² ao ano. “Os dados do MapBiomas Fogo revelam que as florestas da Amazônia têm queimado em grandes proporções e alta frequência, o que não é esperado em um bioma que não é naturalmente adaptado ao fogo”, ressalta Ane.

Os estados com maior ocorrência de fogo foram Mato Grosso, Pará e Tocantins. Formações savânicas foram o tipo de vegetação nativa que mais queimaram, e as pastagens, vegetação resultante de modificação humana, também.

Embora os grandes picos de área queimada no Brasil tenham ocorrido principalmente em anos de seca extrema, como em 1987, 1988, 1993, 1998, 1999, 2007, 2010, 2017, altas taxas de desmatamento na Amazônia, antes de 2005 e depois de 2019. tiveram um grande impacto no aumento das queimadas. A estação seca, entre julho e outubro, concentra 83% da ocorrência de queimadas e incêndios florestais.

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