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Centrais organizam calendário de mobilização contra reformas

Entre as propostas em estudo pelas centrais está uma marcha à Brasília ou a organização de mais uma greve geral

Por Da redação
1 Maio 2017, 20h30

Centrais sindicais promoveram ato político hoje (1°) em celebração ao Dia do Trabalho, na avenida Paulista, e destacaram que o evento serviu para reafirmar as críticas às reformas trabalhista e da Previdência, que motivaram a greve geral realizada na última sexta-feira (28). “Ficou claro que o Brasil é contra as reformas [trabalhista e da Previdência] propostas pelo [Michel] Temer. Por isso a greve geral foi um sucesso”, avaliou Vagner Freitas, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Após o ato, os participantes saíram em caminhada em direção à Praça da República, onde ocorrem apresentações culturais.

No dia 4, as centrais farão reunião para decidir agenda de mobilização. Entre as propostas em estudo, está uma marcha à Brasília ou a organização de mais uma greve geral. Freitas informou ainda que as entidades irão ao Senado discutir a reforma trabalhista, que tramita na Casa. “A população começa a responder ao chamado das centrais sindicais no sentido de levantar a bandeira em defesa dos direitos sociais e trabalhistas”, avaliou Adilson Araújo, presidente da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB).

O secretário-geral da Intersindical, Edson Carneiro Índio, questiona o apoio da população ao governo de Michel Temer “para impor uma reforma que altera completamente a vida da maioria da população e a gente aceite isso”, disse em referência à pesquisa sobre a popularidade divulgada no dia 26 de abril.

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O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, disse que a entidade não aceita a reforma trabalhista como ela está. “Vamos para a Câmara. E vamos para o governo. Se o governo Temer quiser negociar a partir de amanhã, nós estamos dispostos a negociar. Agora, se o governo não abrir negociação, se o governo não discutir com centrais, se o governo não mudar essa proposta, nós vamos parar o Brasil novamente”, disse Paulinho.

A auxiliar administrativo Francisca Pereira, 50 anos, participou da greve geral na última sexta-feira (28) e ato do 1º de Maio. “Eu trabalho com educação, então tava bem mobilizado. Nós entendemos que o momento é crítico e não podíamos nos calar”, disse. Ela decidiu participar do ato de hoje em continuidade à mobilização contra as reformas. “Nós, trabalhadores, sempre contribuímos para o país e agora não podemos pagar essa conta. A gente quer se aposentar”.

O prensista Paulo Ricardo, 29 anos, não participou da greve, mas compareceu ao ato de hoje. “Temos que vir para a rua e lutar mesmo. Se ficarmos parados, só em casa, é que não muda nada mesmo”, afirmou, ao posicionar-se contra o tempo de contribuição para conseguir o benefício integral da aposentadoria. Na proposta original, o prazo é de 49 anos. Na proposta do relator da reforma da Previdência na Câmara, Artur Maia (PPS-BA), o prazo foi reduzido para 40 anos.

Em mensagem pelo Dia do Trabalho, divulgada por meio das redes sociais, o presidente Michel Temer disse nesta segunda-feira que a reforma das leis trabalhistas que tramita no Congresso Nacional faz do 1º de Maio deste ano um “momento histórico”. Temer afirmou que a “modernização das leis trabalhistas” criará emprego para os jovens e concederá direitos a trabalhadores que antes não tinham, como os temporários.

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Movimentos sociais

O integrante da Frente Brasil Popular, Raimundo Bonfim, da Central de Movimentos Populares (CMP), destacou que na greve geral os movimentos fizeram mobilização “nos morros, nas favelas, nas periferias. Não foi ainda uma tática de guerrilha urbana, mas nós faremos, se necessário for”, disse, ao mencionar bloqueios de vias e rodovias feitos na última sexta-feira.

Pela Frente Povo Sem Medo, Guilherme Boulos, do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), criticou a criminalização dos atos e a manutenção da prisão de integrantes da organização. “Não há nenhum indício, nenhuma prova. Tiveram o pedido de liberdade negado por ameaça à ordem pública, que é próprio de regimes de exceção e autoritários para tratar opositores. Estão presos até agora. São presos políticos da greve”, declarou.

Na última sexta-feira, o governo federal afirmou que as manifestações ocorreram de forma livre e criticou os bloqueios de vias que impediram “o direito de ir e vir do cidadão”.

(Com Agência Brasil)

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