Censo 2022: É hora de contar quem somos
A despeito do desdém do Planalto, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) levou para as ruas 183 000 recenseadores esta semana
Com um vigoroso empurrão do Superior Tribunal Federal (STF), o governo finalmente deu início ao Censo 2022 após dois anos de adiamentos causados pela pandemia e por supostos problemas orçamentários. Pressionadas pela Justiça, as autoridades federais foram obrigadas a destinar 2,3 bilhões de reais para uma operação que, entre outros benefícios, permite conhecer melhor o país sob diversos ângulos e estruturar de forma eficiente políticas públicas. A despeito do desdém do Planalto pela iniciativa, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) levou para as ruas 183 000 recenseadores. Os agentes estarão uniformizados com o colete azul do instituto, boné do Censo e crachá de identificação. Seu objetivo: percorrer rigorosamente todos os 5 570 municípios brasileiros. Para isso, os craques da pesquisa visitarão 89 milhões de endereços, sendo 75 milhões de domicílios. Na nova edição do Censo, haverá menos perguntas nos questionários, em mudança prevista desde 2020. Informações sobre os moradores, identificação étnico-racial, registro civil, educação, rendimento do responsável pelo domicílio e mortalidade estão entre os temas abordados. Na versão ampliada entram ainda trabalho, rendimento, religião, deficiência e autismo. A seleção da amostra é aleatória e feita automaticamente no dispositivo móvel do pesquisador. A expectativa é que nos próximos meses sejam contabilizados para efeito de estudo cerca de 215 milhões de pessoas. Sem dúvida, trata-se de uma ferramenta civilizatória.
Publicado em VEJA de 10 de agosto de 2022, edição nº 2801