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Cela de Alberto Youssef tinha escuta clandestina

Doleiro localizou dispositivo escondido na carceragem da Polícia Federal. Advogados pediram a abertura de investigação para apurar se doleiro estava sendo monitorado ilegalmente

Por Robson Bonin Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 10 abr 2014, 20h28

Preso na carceragem da Polícia Federal em Curitiba desde 17 de março, o doleiro Alberto Youssef seguia afastado dos olhos do país. Apontado como o cabeça de um esquema de lavagem de dinheiro que teria desviado 10 bilhões de reais, Youssef manteve-se em silêncio no depoimento que prestou em 21 de março. O doleiro continua se recusando a colaborar com a polícia para apontar quem eram as autoridades e empresários beneficiados pelo esquema. Mas a sua presença no cárcere agora tornou-se um problema para a Justiça e para a própria Polícia Federal. Em 4 de abril, os advogados de Youssef registraram, no parlatório da Polícia Federal, a foto que abre esta reportagem. Youssef, barbudo, visivelmente mais magro e com uma camisa amarrotada exibe nas mãos, do outro lado do vidro que o separa dos seus defensores, o que seria uma escuta ambiental.

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Detalhe da escuta encontrada na cela do doleiro Alberto Youssef na carceragem da Polícia Federal em Curitiba
Detalhe da escuta encontrada na cela do doleiro Alberto Youssef na carceragem da Polícia Federal em Curitiba (VEJA)

O dispositivo, segundo os advogados de Youssef, estava escondido na cela do doleiro. Temendo que as conversas dele com outros presos estivessem sendo monitoradas, o advogado Antonio Augusto Figueiredo Basto comunicou o ocorrido ao juiz Sérgio Moro, que cuida do caso na capital paranaense. “O aparelho fotografado pode ser usado para escuta ambiental GSM, ou seja, conforme peritos ouvidos pela defesa, trata-se de uma escuta ambiental que permite o monitoramento das conversas entre o requerente e outros presos em tempo real”, registrou Figueiredo no documento enviado ao juiz.

Os defensores de Youssef destacam ainda que os autos de processo não apresentam autorização judicial que justifique a existência da escuta ambiental na cela do doleiro: “Não encontramos nenhuma decisão judicial que autorizasse a instalação ou uso de escutas ambientais. Para evitar equívocos a defesa suscitou a vossa excelência que fosse certificado nos autos sobre a existência ou não de autorização judicial sobre escutas ambientais.” Ainda segundo os advogados, nesta quinta-feira os agentes da Polícia Federal teriam realizado uma busca na cela de Youssef para apreender o dispositivo. Foi essa ação que levou a defesa a encaminhar um conjunto de solicitações à Justiça. “Não estamos acusando ninguém. Mas o fato é grave. Temos um perito que afirma que o dispositivo localizado pelo meu cliente é uma escuta. Agora queremos saber se ela é clandestina ou se foi autorizada”, diz Figueiredo.

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