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Caso Mércia: júri de Mizael começa nesta segunda-feira

Ex-PM é acusado de homicídio triplamente qualificado da advogada; Ministério Público quer que o réu seja condenado a pelo menos 20 anos de prisão

Por Jean-Philip Struck
11 mar 2013, 07h12

Quase três anos após o desaparecimento e o brutal assassinato da advogada Mércia Nakashima, começa nesta segunda-feira em Guarulhos (SP) o júri do principal suspeito pelo crime, o policial militar reformado e advogado Mizael Bispo de Souza, de 43 anos. Pela primeira vez, a Justiça paulista autorizou a transmissão ao vivo de um júri por emissoras de rádio e televisão.

O Ministério Público afirma estar confiante na condenação de Mizael, que atualmente está preso no presídio militar Romão Gomes. O ex-PM é acusado por homicídio triplamente qualificado, motivo torpe, com emprego de meio cruel e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima. Para o Ministério Público, o réu matou a namorada por ciúmes.

O promotor Rodrigo Merli diz que Mizael deve ser condenado a pelo menos 20 anos de prisão. Entre as provas que a promotoria deve apresentar estão dados do rastreamento do celular de Mizael, que mostram que o ex-PM estava na região onde ela foi vista pela última vez e tammbém do local onde o corpo da advogada foi encontrado. Para apoiar as acusações, o Ministério Público chamou cinco testemunhas para o júri, entre elas o irmão da vítima, Márcio Nakashima, e o delegado responsável pelas investigações.

Crime – Mércia desapareceu em 23 de maio de 2010, após ter saído de um almoço na casa da avó, em Guarulhos. Dezessete dias depois, seu carro foi encontrado no lago de uma represa em Nazaré Paulista, a mais de 40 quilômetros de Guarulhos. O corpo da advogada, que tinha 28 anos, foi encontrado por mergulhadores no dia seguinte. A perícia revelou que ela levou um tiro de raspão no rosto e em uma das mãos e foi deixada, ainda viva, no carro, que foi empurrado na água. Ela acabou morrendo afogada.

Antes mesmo de o corpo ter sido localizado, as suspeitas já apontavam Mizael como principal suspeito. Poucos dias depois de Mércia ter sido encontrada, a Justiça decretou a prisão de Mizael, mas a sua defesa conseguiu um habeas corpus e ele não chegou a ser preso. Em dezembro, uma nova ordem foi expedida, mas Mizael não se entregou e passou a ser considerado foragido. Ele só se entregou em fevereiro de 2012.

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A defesa de Mizael nega que ele tenha cometido o crime. Nesta sexta-feira, a defesa revelou que pretende distribuir para os jurados sete cópias de um livro de 56 páginas escrito por Mizael dentro da cadeia. Com o título de “Na Cova dos Leões – Uma história de luta, sofrimento, dor e injustiça – Nada está perdido”, o livro acusa a polícia de ter forjado provas contra o réu e sustenta que ele é inocente. A promotoria ainda analisa se concorda se o livro vai poder ser distribuído para os jurados.

Coautor – De acordo como Ministério Público, o vigia Evandro Bezerra Silva, de 40 anos, também participou do crime. Segundo a denúncia, Silva sabia que Mizael pretendia matar Márcia e, após o crime, ajudou o ex-PM a fugir do local. Em dezembro de 2010, ele teve a prisão decretada, mas, a exemplo de Mizael, não se entregou.

O vigia acabou sendo preso em Alagoas em junho de 2012 e atualmente está no Presídio de Tremembé, no interior de São paulo. Ele mudou o depoimento várias vezes ao longo do caso. No último deles, que foi divulgado em fevereiro, negou a participação no crime e disse que naquela data tinha ido apenas buscar Mizael em Nazaré Paulista. Em depoimento, o vigia disse o ex-PM havia telefonado e dito que precisava de uma uma carona após ter saído de uma festa. O júri de Silva, que é apontado como coautor do homicídio, só deve ocorrer em julho.

(Com Estadão Conteúdo)

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