Caso Amarildo: major e tenente têm habeas corpus negado
Os dois foram presos com outros oito agentes, mas acabaram transferidos para Bangu 8, após suspeitas de que estariam influenciando os demais réus
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro negou pedido de habeas corpus do major Edson Santos e do tenente Luiz Felipe de Medeiros, policiais militares da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha acusados de envolvimento na morte do pedreiro Amarildo de Souza. Com a decisão, eles vão permanecer presos em Bangu 8, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Os dois foram detidos no último dia 4, e encaminhados ao Batalhão Especial Prisional (BEP) da PM com outros oito denunciados. Mas o Ministério Público pediu a transferência deles após suspeitas de que estariam influenciando os outros réus no processo.
Caso Amarildo: MP denuncia mais 15 policiais militares
Entenda a trama de suborno e mentiras que embaralhou o caso Amarildo
Major Edson operou para evitar confissão de acusados
O habeas corpus foi negado pelo relator e o mérito será julgado por todos os integrantes da 8ª Câmara Criminal, ainda sem data marcada. O colegiado também decidirá sobre o mesmo pedido impetrado pela defesa dos outros policiais militares réus no processo: Marlon Campos Reis, Jorge Luiz Gonçalves Coelho, Victor Vinicius Pereira da Silva e Douglas Roberto Vital Machado. No dia 15 deste mês, o relator se posicionou contrário à medida.
Mais detidos – Nesta quarta-feira, mais três agentes foram presos por participação no crime. Eles se entregaram nesta tarde no Quartel General. Ao todo, 25 PMs foram denunciados pelo Ministério Público até o momento. Dez já estão presos há quase 20 dias, entre eles o major e o tenente. Todos responderão por tortura seguida de morte. Alguns ainda são acusados de ocultação de cadáver, formação de quadrilha e fraude processual.
Enquanto Amarildo era torturado por quatro PMs, doze ficaram vigiando o movimento no entorno. Oito permaneceram dentro do contêiner da UPP, onde também estava o major Edson, e são considerados omissos por não terem feito nada para impedir o que ocorria. Entre os que tiveram a prisão preventiva decretada nesta terça, o sargento Reinaldo Gonçalves era o único que permanecia no cargo.