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Caseiro de coronel assassinado no Rio, agora, nega participação no crime

Integrantes da Comissão da Verdade ouviram Rogério Pires esta manhã, em uma delegacia, e criticaram trabalho da polícia. Senadores insistem na versão de "queima de arquivo" para a morte de Paulo Malhães

Por Da Redação
6 Maio 2014, 13h30

Três senadores da Comissão de Direitos Humanos (CDH) conversaram na manhã desta terça-feira com o caseiro Rogério Pires, que, segundo a Polícia Civil do Rio, teria confessado participação no assalto que resultou na morte do coronel reformado do Exército Paulo Malhães. De acordo com os senadores, Pires apresentou uma versão diferente daquela prestada à Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense (DH-BF) no dia 29 de abril. Na conversa com os senadores, o caseiro negou ter participado do assalto à casa do coronel.

“Ele demonstrou firmeza. Vamos solicitar uma cópia do inquérito e do depoimento dele à Polícia Civil”, disse a senadora Ana Rita (PT-ES), que estava acompanhada do presidente da Comissão da Verdade do Rio, Wadih Damous, e dos senadores João Capiberibe (PSB-AP) e Randolfe Rodrigues (PSOL-AP). “Ele (o caseiro) é analfabeto e não tem advogado. Vamos pedir um defensor público para ele”, disse Damous.

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De acordo com a versão apresentada aos senadores, Pires não participou nem planejou o crime, mas reconheceu os irmãos Anderson e Rodrigo Pires como autores. Segundo ele, os dois chegaram ao sítio, na área rural de Nova Iguaçu (cidade na Baixada Fluminense) por volta das 10h no dia do assassinato (24 de abril). Malhães só teria chegado ao imóvel três horas depois.

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Durante o assalto, os criminosos teriam se comunicado por telefone com uma pessoa que estava fora da casa, disse o senador Randolfe Rodrigues. Os parlamentares pedirão proteção para o caseiro e a família dele, além da viúva Cristina Batista Malhães.

Os senadores contestam a condução da Polícia Civil sobre o caso. Para os parlamentares, a hipótese de queima de arquivo também deve ser investigada. “Entendemos que este assassinato, após o depoimento (na Comissão da Verdade, em março), tem indícios de que foi em função disso e que ele tinha muitas informações a prestar. Não descartamos a possibilidade de queima de arquivo”, disse Ana Rita.

Antes de receber autorização para conversar com o caseiro, o senador Randolfe afirmou que “é evidente a má vontade do Estado do Rio com este caso”. Para Ana Rita, “é fundamental ouvir o preso” porque Pires teve contato direto com Malhães, torturador confesso de presos políticos durante a ditadura militar.

Ainda nesta terça, o grupo conversará com o chefe de Polícia Civil, delegado Fernando Veloso. Eles reiteraram o pedido feito ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para que o caso seja acompanhado pela Polícia Federal. Para o presidente da Comissão da Verdade do Estado, Wadih Damous, “falta boa vontade da Polícia Civil do Rio”.

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“A participação da Polícia Federal ampliará o escopo da investigação. Continuamos entendendo que não é um crime banal, mas de um importante agente da ditadura que nos últimos tempos começou a revelar coisas até então desconhecidas da população”, afirmou.

“Malhães foi o primeiro dos mais importantes torturadores que expôs as mazelas da ditadura e, inclusive, falou sobre o comando, mostrando que as ordens para desaparecer com os corpos vinham diretamente do Palácio do Planalto”, disse o senador João Capiberibe (PSB-AP).

Um mês antes de ser assassinado, no dia 24 de abril, Malhães prestou depoimento para a Comissão da Verdade em que confessou ter participado do desaparecimento do corpo do ex-deputado Rubens Paiva.

(Com Estadão Conteúdo)

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