Cármen Lúcia será relatora de pedido de investigação de Ricardo Salles
Ministro do Meio Ambiente é acusado de obstrução de investigação ambiental, organização criminosa e favorecimento de madeireiros
A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, foi sorteada nesta sexta-feira, 16, como relatora da notícia-crime feita pelo delegado Alexandre Saraiva contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.
Salles é acusado de obstrução de investigação ambiental, organização criminosa e favorecimento de madeireiros. Saraiva também pede a investigação do presidente do Ibama, Eduardo Bim, e do senador Telmário Mota (PROS-RR). No documento, o delegado cita também a possibilidade de ocorrência dos crimes de advocacia administrativa e de “obstar ou dificultar a ação fiscalizadora do Poder Público no trato de questões ambientais”.
No dia seguinte à entrada do processo na Corte, o diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Maiurino, decidiu fazer uma troca no comando da corporação. E Alexandre Saraiva, que era superintendente da PF no Amazonas, foi substituído pelo delegado Leandro Almada no comando regional.
Como relatora, Cármen Lúcia poderá decidir individualmente se determina a abertura de uma investigação sobre a conduta de Salles ou se manda arquivar o pedido da PF. A ministra também pode levar o tema ao plenário do Supremo.
A magistrada também será relatora de outra notícia-crime apresentada pelo PDT, contra o ministro Ricardo Salles, por fatos semelhantes aos apontados pela PF. Não há prazo para que Cármen Lúcia tome uma decisão.
O ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles avaliou a acusação como “absurda”. Ele acrescenta que a quantidade de madeira apreendida em 2020 foi extraída de forma legal.
Em nota, o senador Telmário Mota acusou o delegado Alexandre Saraiva de “buscar holofotes” com a notícia-crime, dizendo que ela é “sem fundamento e elaborada apenas para ganhar espaço na mídia e nas redes sociais” e nega ter praticado as condutas.