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Candidato bolsonarista perde eleição para procurador-geral do MP do Rio

Marcelo Rocha Monteiro ficou apenas em quarto lugar; Luciano Mattos foi o mais votado para substituir Eduardo Gussem

Por Cássio Bruno Atualizado em 12 mar 2021, 01h02 - Publicado em 11 dez 2020, 18h05

Em meio a um clima de tensão, o promotor Luciano Mattos foi o mais votado nesta sexta-feira, 11, para o cargo de procurador-geral de Justiça do Ministério Público do Rio de Janeiro, posto mais alto do órgão hoje ocupado por Eduardo Gussem, cujo mandato termina no fim do ano. Mattos recebeu 546 votos (31,92%). Em segundo lugar, ficou a procuradora Leila Machado Costa, com 501 (29,29%), seguida por Virgilio Panagiotis Stavridis, com 427 votos (24,97%). Pela Constituição Estadual, o novo chefe do MP-RJ deve ser nomeado a partir de uma lista tríplice com os três nomes mais bem colocados. No entanto, o governador em exercício Cláudio Castro (PSC), alvo de denúncias de corrupção e aliado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), ainda não confirmou se escolherá ou não o primeiro colocado, como é tradição há pelo menos 15 anos.

Marcelo Rocha Monteiro, procurador de Justiça e um apoiador de Jair Bolsonaro, chegou apenas em quarto lugar: 143 votos (8,36%). Depois, em quinto, aparece o também procurador Ertulei Laureano Matos, com 93 votos (5,43%). A lista tríplice será enviada a Claudio Castro em 1º de janeiro de 2021. A posse está marcada para o dia 15 do mesmo mês. O mandato é de dois anos. Luciano Mattos faz parte do MP-RJ desde 1995. Está lotado na Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Defesa do Meio Ambiente do Núcleo Niterói. Ele teve o apoio do ex-procurador-geral Marfan Martins Vieira.

Recentemente, o MP apresentou à Justiça, por exemplo, a denúncia do esquema da “rachadinha” envolvendo o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). O órgão também investiga o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista Anderson Gomes, entre outros crimes. Antes da votação, promotores e procuradores de Justiça estavam incomodados com a possibilidade de o governador não seguir a tradição, principalmente se o bolsonarista Marcelo Rocha Monteiro estivesse entre os mais votados.

Em suas redes sociais, Marcelo Rocha Monteiro aparece em fotos com Flávio Bolsonaro, filho mais velho do clã. Flávio foi apontado pelo MP-RJ como líder de uma quadrilha que desviava parte dos salários dos funcionários de seu gabinete quando era deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Seu ex-assessor, Fabrício Queiroz, que está em prisão domiciliar, foi acusado de ser o operador. A mãe e a ex-mulher do miliciano Adriano da Nóbrega, o capitão Adriano, morto em fevereiro, estavam nomeadas e participaram da fraude, segundo o MP-RJ.

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O outro filho de Jair Bolsonaro, o vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos) também é alvo do Ministério Público fluminense. Ele é suspeito de nomear funcionários fantasmas em seu gabinete na Câmara Municipal. Flávio e Carlos sempre negaram irregularidades. Nos bastidores, Marcelo Rocha Monteiro teve o apoio dos Bolsonaro.

Marcelo Rocha Monteiro está no MP-RJ desde 1988. É lotado na 4ª Procuradoria de Justiça de Habeas Corpus. É coautor do livro “O inquérito do fim do mundo“, que fala sobre as investigações das fake news que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) e tem como alvo os Bolsonaro. Marcelo é professor de Direito Penal na Universidade do Estado do Rio (Uerj). Em entrevista a VEJA em 11 de setembro, ele disse que foi estimulado a concorrer por amigos promotores e que suas ideias sobre segurança pública “coincidem com as de Bolsonaro”.

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