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Campanha no Rio começa com inaugurações e presença de Dilma Rousseff

Desencontro entre calendário de campanha e período de restrição a inaugurações permitirá que prefeito entregue casas populares nesta sexta-feira, com a presidente. TRE não enxergou ilegalidade na agenda de Eduardo Paes, mas candidatos de oposição prometem fazer barulho

Por Cecília Ritto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 6 jul 2012, 07h45

“Basta uma palavra que permita conectar a inauguração com a reeleição e teremos o suficiente para configurar crime eleitoral. O PSDB não vai deixar correr frouxo esse oba-oba eleitoral que usa os recursos públicos como fonte de custeio de campanha”, alerta o deputado federal e candidato pelo PSDB à prefeitura, Otávio Leite

Apesar de uma recomendação feita pelo Ministério Público Eleitoral (MPE), o prefeito do Rio, Eduardo Paes, candidato à reeleição, confirmou que participará de duas inaugurações nesta sexta-feira, primeiro dia de campanha eleitoral. Um desencontro entre o calendário oficial do Tribunal Superior Eleitoral para o pleito – previsto para começar em 6 de julho – e o período de restrição para os mandatários que tentam a reeleição – que começa no dia 7 – criou a brecha para que Paes possa, sem ferir a lei, entregar 460 casas populares na zona norte da cidade, em um evento com participação da presidente Dilma Rousseff e do governador Sérgio Cabral.

A recomendação do MPE foi feita na tarde de quarta-feira. Na quinta-feira, o PMDB, partido de Paes, fez uma consulta genérica ao Tribunal Regional Eleitoral, que reconheceu como lícita a presença de um chefe do executivo municipal em inaugurações de obras públicas até 6 de julho, de acordo com o calendário eleitoral editado pelo Tribunal Superior Eleitoral. A assessoria do prefeito informou que Paes não viu impedimento e que, apesar de o calendário liberar a propaganda nesta data, ele só pretende começar a campanha no sábado.

O TRE informou que, no entendimento do tribunal, “prefeitos municipais que sejam candidatos a reeleição podem comparecer a inaugurações de obras públicas antes do dia 7 de julho. No entanto, não pode haver pedidos de votos nem manifestações públicas de apoio a candidaturas durante o evento, o que pode gerar um processo por conduta vedada a agente público”.

Apesar de a Justiça não ver impedimento legal para as inaugurações, a agenda do prefeito tem tudo para virar o primeiro embate do período eleitoral oficial no Rio. Também está previsto o lançamento da Coordenação de Emergência Regional, na zona sul, e o início das obras do Parque Olímpico- principal ponto de competição das Olimpíadas de 2016. A campanha que começa agora tem o peemedebista como favorito, e candidatos do PSDB, PSOL, PV e DEM empenhados em levar a disputa para o segundo turno.

A tarefa não é simples. A coligação que apoia o PMDB de Paes, com 19 partidos, terá 16 minutos no horário eleitoral gratuito. Com pouco espaço no vídeo, os desafiantes prometem não deixar barato. A começar pelas inaugurações desta sexta. “Basta uma palavra que permita conectar a inauguração com a reeleição e teremos o suficiente para configurar crime eleitoral. O PSDB não vai deixar correr frouxo esse oba-oba eleitoral que usa os recursos públicos como fonte de custeio de campanha”, alerta o deputado federal e candidato pelo PSDB à prefeitura, Otávio Leite.

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A dupla mais barulhenta deverá ser a de Rodrigo Maia (DEM), filho do ex-prefeito Cesar Maia, e Clarissa Garotinho (PR), filha do ex-governador e atual deputado federal Antony Garotinho. A chapa encabeçada por Rodrigo é, até o momento, a surpresa da eleição. Os pais, caciques, são inimigos históricos e declarados. Tempos passados – pelo que tentaram mostrar nas convenções até o momento. As duas gerações da política fluminense estão unidas e devem aparecer em conjunto. Esses momentos, no entanto, provavelmente serão raros. A estratégia de campanha prevê que Rodrigo e Clarissa corram ao mesmo tempo para áreas diferentes da cidade, multiplicando a visibilidade da chapa.

Subúrbio – Nesta sexta-feira, candidato e vice da chapa DEM-PR estarão juntos. Eles começam de manhã no calçadão de Campo Grande, na zona oeste, e continuam à tarde com uma caminhada na Praça das Nações, em Bonsucesso, na zona norte – ambas áreas de grande concentração, particularmente às sextas-feiras.

O tucano Otávio Leite vai à missa de manhã na igreja Nossa Senhora de Copacabana, no dia em que o bairro de Copacabana, na zona sul, completa 120 anos. Depois, tem encontro com um grupo de vereadores para abraçar o Elevado da Perimetral. A demolição do viaduto faz parte das obras do Porto Maravilha para as Olimpíadas e, entre outras coisas, promete impulsionar a revitalização da área. Os túneis para substituir a via começaram a ser escavados. Mas Otávio sai em defesa do elevado – e transformou sua rejeição ao projeto em bandeira de campanha. Algo inócuo, se considerado o estágio atual do canteiro de obras da zona portuária.

A região central da cidade receberá três candidatos. Além do tucano, Aspásia Camargo, do PV, e Marcelo Freixo, do PSOL, também terão agendas nessa área do Rio. O socialista se concentra na Praça Mauá, perto da Avenida Rio Branco, para caminhar até o Buraco do Lume, onde Freixo será apresentado oficialmente à militância como candidato. No fim da tarde, haverá uma plenária da legenda na Associação Brasileira de Imprensa, com presença de Freixo. Aspásia fará um corpo-a-corpo na Praça 15 pela manhã.

Centro e subúrbio são estratégicos nas eleições municipais do Rio. No primeiro turno da eleição de 2008, Eduardo Paes venceu o seu então principal concorrente, Fernando Gabeira (PV), com os votos de urnas dessa porção da cidade. Nas áreas de Central, Leopoldina e Zona Suburbana, que concentrava 41,5% do eleitorado, Paes obteve 34,1%, contra 20,7% do verde. Na zona oeste, com 34,5%, o atual prefeito conseguiu 34,5%.

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Nesta campanha, além de ostentar as obras olímpicas, Paes terá uma força-tarefa montada pelos vereadores da sua coligação. Espalhados por toda a cidade, os postulantes a vagas na Câmara Municipal correrão as regiões para se fortalecer e, claro, badalar o nome do prefeito.

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