Caixas de documentos desaparecem do Metrô
Foram extraviadas mais de 15.000 caixas com contratos de 1977 a 2011 e relatórios de ocorrências graves de 2007 a 2009

O Metrô de São Paulo publicou edital na sexta-feira informando sobre o extravio de 15.399 caixas com documentos do arquivo da companhia. São papéis diversos, incluindo contratos assinados entre 1977 e 2011 e relatório de análises das ocorrências da Comissão Permanente de Segurança (Copese) de 2007 a 2009, entre outros arquivos. Além de abertura de processo interno, foi feito um boletim de ocorrência e a polícia vai apurar o caso.
O sumiço dos documentos foi constatado em 9 de julho, mas o edital relatando o problema só foi publicado ontem no Diário Oficial Empresarial. O texto diz que o boletim de ocorrência do desaparecimento dos documentos foi feito no dia seguinte, sob número 1.435. Mas a Secretaria de Estado da Segurança Pública não confirmou a informação – ao menos na Delegacia do Metropolitano (Delpom), que recebe demandas do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). O Metrô disse que não poderia dar detalhes sobre o caso nesta sexta-feira, porque os responsáveis pelas áreas não estavam trabalhando.
Ocorrências graves – A extensa relação de documentos contém papéis a partir de 1977, quando o Metrô tinha apenas três anos de operação comercial. Os mais recentes são do ano passado. Os processos de “incidentes notáveis”, nome dado pelo Metrô para as ocorrências graves, que paralisam a operação e precisam de auxílio de ônibus para o transporte da população, vão de 2007 a 2009. Nesse período, houve pelo menos 11 grandes panes na rede.
Há duas investigações em andamento no Ministério Público Estadual sobre suspeitas de delito envolvendo o Metrô. Uma é sobre a licitação para o prolongamento da Linha 5-Lilás – em que há suspeita de fraude, com combinação de resultados por empresas envolvidas – e outra que investiga superfaturamento em contratação de serviços para reformas de trens das linhas já existentes. Promotores ouvidos pela reportagem, no entanto, disseram não acreditar que o sumiço possa prejudicar as ações – no caso da Linha 5, principalmente, porque o inquérito já foi relatado à Justiça.
(Com Estadão Conteúdo)