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Cai número de passageiros de ônibus em São Paulo

Estudo da SPTrans aponta transição de passageiros dos ônibus para metrô. De acordo com a empresa, mudança não trará melhorias para o trânsito na cidade, que deve continuar congestionado nos próximos anos

Por Da Redação
27 ago 2012, 11h25

O número de viagens feitas nos ônibus de São Paulo caiu pela primeira vez desde que o Bilhete Único foi criado, em 2004. A São Paulo Transportes (SPTrans), empresa que gerencia a frota municipal, diz que o movimento é uma tendência: vão ocorrer quedas ainda maiores e, antes do fim da década, haverá mais gente no trem e no metrô do que nos ônibus.

A mudança é uma troca histórica na matriz do transporte público da cidade. Há décadas, o ônibus é o principal meio de transporte de São Paulo. Agora, um estudo da SPTrans mostra que, quando as obras em execução e em planejamento do Metrô estiverem prontas, haverá uma migração de passageiros e o número de viagens nos coletivos vai cair até 27%.

Embora pequena, a queda de cerca de 0,6% nas viagens de ônibus na comparação dos sete primeiros meses deste ano com o mesmo período do ano passado mostra o rompimento de um crescimento médio de 2% que vinha ocorrendo desde 2005. Segundo o assessor técnico Silvio Rogério Torres, da Superintendência de Planejamento de Transporte da SPTrans, a redução já é reflexo da entrega da Linha 4-Amarela, que foi ocorrendo gradativamente entre 2010 e o ano passado.

O secretário-adjunto municipal de Transporte, Pedro Luiz de Brito Machado, afirma que a SPTrans não vê problemas na troca do principal meio de transporte da cidade. “Por isso temos investido no Metrô”, diz, ao se referir aos repasses da prefeitura ao governo do estado para a construção do monotrilho na zona leste. Os planos da SPTrans, diz ele, são de manter os ônibus mais para atender as viagens locais, do bairro à estação mais próxima.

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Má notícia – Contrário ao posicionamento da SPTrans, o secretário de estado dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, responsável pelo Metrô e pela CPTM, disse que “não gosta da notícia” da redução do número de viagens nos ônibus. Ele acredita que as melhorias na rede metroferroviária devem tirar carros das ruas – não gente dos ônibus. “À medida que a malha vai crescendo, muitos veem a vantagem de deixar o carro em casa. As viagens pendulares, de casa para o trabalho, devem ser feitas de transporte público.”

Para o engenheiro de tráfego Sergio Ejzenberg, o esvaziamento dos ônibus está relacionado ao aumento da rede do Metrô e à falta de investimento nos corredores exclusivos da SPTrans. Ejzenberg critica uma das saídas do Metrô para aliviar o trânsito, os monotrilhos. “Custam a metade do preço do Metrô, mas transportam metade dos passageiros.” O engenheiro de tráfego Claudio da Cunha Barbieri, diz que as obras do Metrô demoram e questiona se a rede dará conta da demanda no futuro.

O levantamento da SPTrans usa o cenário atual para fazer duas projeções: para 2020 e 2030. Atualmente, cerca de 9,8 milhões de viagens são feitas em São Paulo de ônibus e cerca de 7 milhões de trens e metrô. Em 2020, serão 16,5 milhões nos trilhos e 7,8 milhões nos ônibus. A virada deve ocorrer, seguindo esse planejamento, já a partir de 2015, quando as obras em execução terminarem.

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Congestionamento continua – Além da redução da utilização do ônibus pelos paulistanos, a SPTrans prevê que haverá pouca mudança nas viagens feitas de carro. Os congestionamentos da cidade devem continuar. O argumento da empresa é que existe na cidade uma “frota reserva” de carros. De acordo com a SPTrans, são cerca de 3,5 milhões de automóveis que não são usados durante a semana, mas que estão à disposição de seus donos.

O superintendente de Planejamento de Transporte da SPTrans, Laurentino Junqueira, acredita que, conforme o trânsito da cidade for melhorando, esses motoristas vão ter incentivo para sair de casa. “Com qualquer mudança que resulte em melhoria viária, essa frota sai da garagem”, afirma. Deacordo com ele, a expectativa de menos congestionamento faz com que mais carros saiam às ruas e tudo fique como está.

(Com Agência Estado)

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