Cachoeira negociava promoção de oficiais da PM de Goiás
Novas gravações da PF revelam conversas de um braço-direito do chefe da máfia dos caça-níqueis com o então comandante-geral da PM goiana
Novas informações da Polícia Federal divulgadas nesta segunda-feira pelo Jornal Nacional apontam para a influência de Carlinhos Cachoeira na promoção de oficiais da Polícia Militar de Goiás. As gravações registraram conversas entre Lenine Araujo Souza, que seria o braço-direito de Cachoeira, e o então comandante-geral da PM de Goiás, coronel Carlos Antonio Elias.
Nas gravações, Lenine pede a Elias que sejam promovidos dois oficiais, chamados nas ligações de Barbosa e Antonil. Ele alerta que as promoções deveriam ser formalizadas antes do fim do ano, porque haveria troca de governo. Os oficiais citados nos telefonemas foram identificados pela PF como o major João Teixeira Barbosa, que não chegou a mudar de cargo, e Antonil Ferreira dos Santos, promovido de capitão a major em dezembro de 2010.
O ex-comandante da PM disse ao Jornal Nacional que tudo foi feito dentro da legalidade. O Ministério Público, entretanto, recebeu a denúncia dos indícios de irregularidades e afirmou que está fazendo três investigações sobre o caso. A PM de Goiás informou que abriu um Inquérito Policial Militar para apurar o episódio.
O chefe da quadrilha que controlava o jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso em 29 de fevereiro na Operação Monte Carlo. A investigação da PF revelou a ligação de Cachoeira com o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), governadores e parlamentares de pelo menos seis partidos.